NOME DE POBRE NO BRASIL
domingo, 29 de junho de 2014
OS BRUTOS TAMBÉM AMAM: SUÁREZ E CHIELINI
O uruguaio Luís Suárez foi banido desta Copa. Foi dar um beijinho no ombro do italiano Giorgio Chiellini e deu uma dentada. Exageraram na punição! Uma dentadinha não dói. E ele poderia jogar de focinheira!
O futebol sempre foi um jogo bruto e não começou com bola, não. Tampouco tinha regras assim claras. Essas só foram fixadas no final do século XIX. Antes de Cristo jogavam futebol chutando a cabeça dos inimigos, depois de decapitados. Aliás, muitas cabeças. Foi uma evolução tremenda chutarem apenas uma cabeça. Depois substituíram a cabeça por uma bola de couro.
Nosso futebol, porém, é diferente. Nosso técnico é Felipe Scolari. Felipe veio do Grego “Phíllipos”, com os dois étimos: gosta, “phil”, de “(h)ippos”, cavalos, que entretanto não devem se comportar como animais e, sim, como pessoas. Para isso, ele os ensina. Pois seu sobrenome não é “Scolari”, palavra do Italiano, plural de “scolaro”, aluno. Mas ele é professor. “Scolari”, escolares, alunos, são os jogadores.
Entre eles não há nenhum cabeça de bagre. A cabeça do bagre é muito chata e, por preconceito, o mau jogador foi chamado de cabeça de bagre, de quem não entende nada.
Quem bate bem as faltas, em geral marcadas sobre algum jogador que driblou o adversário que foi derrubado, é um craque. “Drible” em Inglês é enganar. E craque veio do turfe “crack-horse”, o melhor cavalo, aquele que é elogiado por vencer. “Crack” é quebrar, mas o cavalo vencedor só quebra quem não apostou nele.
Neymar ginga na frente dos adversários: Gingar veio do Alemão “ginge”, balançar.
Gol bonito é quando a bola entra onde a coruja dorme: no ângulo. Mas há também o lado amoroso e sensual. Quem faz gol, balança o véu da noiva.
Compreendeu? No futebol, dizemos muitas coisas sem dizê-las explicitamente. Driblamos na fala também.
• escritor catarinense, professor, diretor-adjunto da Editora da Unisul.
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