NOME DE POBRE NO BRASIL

domingo, 29 de junho de 2014

OS BRUTOS TAMBÉM AMAM: SUÁREZ E CHIELINI

O uruguaio Luís Suárez foi banido desta Copa. Foi dar um beijinho no ombro do italiano Giorgio Chiellini e deu uma dentada. Exageraram na punição! Uma dentadinha não dói. E ele poderia jogar de focinheira! O futebol sempre foi um jogo bruto e não começou com bola, não. Tampouco tinha regras assim claras. Essas só foram fixadas no final do século XIX. Antes de Cristo jogavam futebol chutando a cabeça dos inimigos, depois de decapitados. Aliás, muitas cabeças. Foi uma evolução tremenda chutarem apenas uma cabeça. Depois substituíram a cabeça por uma bola de couro. Nosso futebol, porém, é diferente. Nosso técnico é Felipe Scolari. Felipe veio do Grego “Phíllipos”, com os dois étimos: gosta, “phil”, de “(h)ippos”, cavalos, que entretanto não devem se comportar como animais e, sim, como pessoas. Para isso, ele os ensina. Pois seu sobrenome não é “Scolari”, palavra do Italiano, plural de “scolaro”, aluno. Mas ele é professor. “Scolari”, escolares, alunos, são os jogadores. Entre eles não há nenhum cabeça de bagre. A cabeça do bagre é muito chata e, por preconceito, o mau jogador foi chamado de cabeça de bagre, de quem não entende nada. Quem bate bem as faltas, em geral marcadas sobre algum jogador que driblou o adversário que foi derrubado, é um craque. “Drible” em Inglês é enganar. E craque veio do turfe “crack-horse”, o melhor cavalo, aquele que é elogiado por vencer. “Crack” é quebrar, mas o cavalo vencedor só quebra quem não apostou nele. Neymar ginga na frente dos adversários: Gingar veio do Alemão “ginge”, balançar. Gol bonito é quando a bola entra onde a coruja dorme: no ângulo. Mas há também o lado amoroso e sensual. Quem faz gol, balança o véu da noiva. Compreendeu? No futebol, dizemos muitas coisas sem dizê-las explicitamente. Driblamos na fala também. • escritor catarinense, professor, diretor-adjunto da Editora da Unisul.

sexta-feira, 27 de junho de 2014

PERPLEXO E ASSUSTADO

REFLEXÕES DE UM HOMEM PERPLEXO E ASSUSTADO
Há dias em que me sinto um renascentista, no limiar de um mundo novo, cujos poderes desconhecidos me assombram todos os dias. O Google me informa que me aproximo de um milhão de visualizações. A coluna de etimologia é publicada semanalmente na CARAS, com uma tiragem anual de 4.200.000 exemplares. E eu escrevo ali ininterruptamente há 20 anos! Na BANDNEWS, 3 vezes por semana. E cronista semanal em jornais desde quando era aluno de Letras! Aonde vamos parar? Mas iremos parar? Vejam o resumo que aparece. "Perfil de Deonísio da Silva. 844.593 visualizações. Trabalha em Universidade do Sul de Santa Catarina (desde 2013) Ex-professor da Estácio Universidade (2003-2013) e autor contratado (desde 2013). Professor aposentado da UFSCar (1981-2003) Professor da Universidade de Ijuí (1975-1981) Doutor em Letras pela USP Mestre em Letras pela UFRGS Mora em no Rio de Janeiro".

BÚXIS E CHARACULUS RESULTARAM EM PALAVRÕES NO PORTUGUÊS

Na entrevista à Francielle Chies e a Paulo Ghiraldelli, na Flixtv (http://www.youtube.com/watch?v=lGJIsjPWF80), contamos a história de uma palavra que virou um palavrão, ao designar popularmente o pênis. No caso de CARALHO, veio do Grego chárax, passou pelo Latim characulus, designando o palanque em que se apoia a videira, depois o mastro do navio, na ponta do qual havia a cesta da gávea, a casa do CARACLUM, no Latim vulgar, depois CARALHO no Português, lugar de castigo para o marinheiro rebelde, posto lá à mercê de fortes balanços dos navios e naus, tempestades etc., onde às vezes passava sede, fome, frio, calor excessivo de sol inclemente etc. O Brasil foi descoberto da casa do caralho. O marinheiro que lá estava foi o primeiro a gritar "terra à vista".
(Dentro do retângulo está escrito em Latim: O QUE HOJE NÃO É, AMANHÃ SERÁ).Pois para a vagina, também uma palavra que não a designava, passou a designá-la. Vejam este curioso trecho de GARATUJA, do romântico José de Alencar: "Terminada a página, se a boceta poedeira já não tinha areia, por havê-la consumido o monte de escrita que lá estava sob o calhamaço, não carecia o destemido rabiscador senão de sacudir a esguia cabeça, e caía-lhe da cabeleira pó bastante para matar o borrão. Esse pó era um misto indescritível em cuja composição entrava, além da parte sutil da terra, os borrões de tinta que se desfaziam de secos, e o esturro da enorme boceta ali posta ao lado."

QUAL ERA O SUCESSO MUSICAL DE 1978 NO BRASIL?

http://www.youtube.com/watch?v=NDPhClCghmY

quinta-feira, 26 de junho de 2014

UMA DENTADINHA NO OMBRO

UMA DENTADINHA NO OMBRO (risos) Suárez não quer picanha, linguiça, chouriço, nada! Prefere morder um italiano! Atire a primeira pedra quem não tiver pecado! Leonardo quebrou a cara de um jogador dos EUA, na Copa de 94. Pelé desceu o braço num marcador uruguaio na de 70. Garrincha deu um pontapé na bunda de um marcador na de 62. Nesta Copa, Neymar Jr agrediu sem bola um jogador da Croácia. A FIFA não tirou nenhum deles de Copa nenhuma. Mas agora, o bode expiatório é Suárez. Medo de que se repita 50? Ora, a história só se repete como farsa! http://www.ovaciondigital.com.uy/mundial/uruguay-espera-fallo-fifa-suarez.html

domingo, 22 de junho de 2014

DA CASA DO CARACULUM AO POEMA SOBRE ELE

Já expliquei a origem da expressão "casa do caralho", que não era palavrão até há algumas décadas. Hoje posto aqui o Elixir do Pajé, poema, erótico para uns, pornográfico para outros, do romântico Bernardo Guimarães, autor de A Escrava Isaura, O Seminarista etc. Fonte do livro: www.dominiopublico.gov.br Só não lê, quem não quer. Ou melhor, quem não procura.
O ELIXIR DO PAJÉ de Benardo Guimarães Que tens, caralho, que pesar te oprime que assim te vejo murcho e cabisbaixo sumido entre essa basta pentelheira, mole, caindo pela perna abaixo? Nessa postura merencória e triste para trás tanto vergas o focinho, que eu cuido vais beijar, lá no traseiro, teu sórdido vizinho! Que é feito desses tempos gloriosos em que erguias as guelras inflamadas, na barriga me dando de contínuo tremendas cabeçadas? Qual hidra furiosa, o colo alçando, co'a sanguinosa crista açoita os mares, e sustos derramando por terras e por mares, aqui e além atira mortais botes, dando co'a cauda horríveis piparotes, assim tu, ó caralho, erguendo o teu vermelho cabeçalho, faminto e arquejante, dando em vão rabanadas pelo espaço, pedias um cabaço! Um cabaço! Que era este o único esforço, única empresa digna de teus brios; porque surradas conas e punhetas são ilusões, são petas, só dignas de caralhos doentios. Quem extinguiu-te assim o entusiasmo? Quem sepultou-te nesse vil marasmo? Acaso pra teu tormento, indefluxou-te algum esquentamento? Ou em pívias estéreis te cansaste, ficando reduzido a inútil traste? Porventura do tempo a destra irada quebrou-te as forças, envergou-te o colo, e assim deixou-te pálido e pendente, olhando para o solo, bem como inútil lâmpada apagada entre duas colunas pendurada? Caralho sem tensão é fruta chocha, sem gosto nem cherume,www.nead.unama.br 3 lingüiça com bolor, banana podre, é lampião sem lume teta que não dá leite, balão sem gás, candeia sem azeite. Porém não é tempo ainda de esmorecer, pois que teu mal ainda pode alívio ter. Sus, ó caralho meu, não desanimes, que ainda novos combates e vitórias e mil brilhantes glórias a ti reserva o fornicante Marte, que tudo vencer pode co'engenho e arte. Eis um santo elixir miraculoso que vem de longes terras, transpondo montes, serras, e a mim chegou por modo misterioso. Um pajé sem tesão, um nigromante das matas de Goiás, sentindo-se incapaz de bem cumprir a lei do matrimônio, foi ter com o demônio, a lhe pedir conselho para dar-lhe vigor ao aparelho, que já de encarquilhado, de velho e de cansado, quase se lhe sumia entre o pentelho. À meia-noite, à luz da lua nova, co'os manitós falando em uma cova, compôs esta triaga de plantas cabalísticas colhidas, por sua próprias mãos às escondidas. Esse velho pajé de pica mole, com uma gota desse feitiço, sentiu de novo renascer os brios de seu velho chouriço! E ao som das inúbias, ao som do boré, na taba ou na brenha, deitado ou de pé, no macho ou na fêmea de noite ou de dia, fodendo se via o velho pajé! Se acaso ecoando na mata sombria, medonho se ouviawww.nead.unama.br 4 o som do boré dizendo: "Guerreiros, ó vinde ligeiros, que à guerra vos chama feroz aimoré", — assim respondia o velho pajé, brandindo o caralho, batendo co'o pé: — Mas neste trabalho, dizei, minha gente, quem é mais valente, mais forte quem é? Quem vibra o marzapo com mais valentia? Quem conas enfia com tanta destreza? Quem fura cabaços com mais gentileza?" E ao som das inúbias, ao som do boré, na taba ou na brenha, deitado ou de pé, no macho ou na fêmea, fodia o pajé. Se a inúbia soando por vales e outeiros, à deusa sagrada chamava os guerreiros, de noite ou de dia, ninguém jamais via o velho pajé, que sempre fodia na taba na brenha, no macho ou na fêmea, deitando ou de pé, e o duro marzapo, que sempre fodia, qual rijo tacape a nada cedia! Vassoura terrível dos cus indianos, por anos e anos, fodendo passou, levando de rojo donzelas e putas, no seio das grutas fodendo acabou! E com sua mortewww.nead.unama.br 5 milhares de gretas fazendo punhetas saudosas deixou... Feliz caralho meu, exulta, exulta! Tu que aos conos fizeste guerra viva, e nas guerras de amor criaste calos, eleva a fronte altiva; em triunfo sacode hoje os badalos; alimpa esse bolor, lava essa cara, que a Deusa dos amores, já pródiga em favores hoje novos triunfos te prepara, graças ao santo elixir que herdei do pajé bandalho, vai hoje ficar em pé o meu cansado caralho! Vinde, ó putas e donzelas, vinde abrir as vossas pernas ao meu tremendo marzapo, que a todas, feias ou belas, com caralhadas eternas porei as cricas em trapo... Graças ao santo elixir que herdei do pajé bandalho, vai hoje ficar em pé o meu cansado caralho! Sus, caralho! Este elixir ao combate hoje tem chama e de novo ardor te inflama para as campanhas do amor! Não mais ficará à-toa, nesta indolência tamanha, criando teias de aranha, cobrindo-te de bolor... Este elixir milagroso, o maior mimo na terra, em uma só gota encerra quinze dias de tesão... Do macróbio centenário ao esquecido mazarpo, que já mole como um trapo, nas pernas balança em vão, dá tal força e valentia que só com uma estocada põe a porta escancarada do mais rebelde cabaço, e pode em cento de fêmeas foder de fio a pavio, sem nunca sentir cansaço...www.nead.unama.br 6 Eu te adoro, água divina, santo elixir da tesão, eu te dou meu coração, eu te entrego a minha porra! Faze que ela, sempre tesa, e em tesão sempre crescendo, sem cessar viva fodendo, até que fodendo morra! Sim, faze que este caralho, por tua santa influência, a todos vença em potência, e, com gloriosos abonos, seja logo proclamado, vencedor de cem mil conos... E seja em todas as rodas, d'hoje em diante respeitado como herói de cem mil fodas, por seus heróicos trabalhos, eleito rei dos caralhos! Fim

sábado, 21 de junho de 2014

O E-BOOK CHEGOU A MACONDO (SP)

São Carlos é a capital da tecnologia? Há controvérsias. Para mim, a capital é a Macondo do interior de São Paulo, como chamo São Joaquim da Barra. Lá vive o senhor Cirineu, mesmo nome de célebre personagem da via-sacra. Ele aparece na quinta das 14 estações. Ia passando pelo caminho e foi convocado a ajudar Jesus a carregar a cruz. Quantos Cirineus há no Brasil? De ouvir falar, só conheço esses dois. Soube que na terra do cantor Rolando Boldrin e do juiz Paulo Scanavez, entre outras personalidades, vive também uma senhora chamada Arlete Silva dos Santos, de 35 anos, mãe de uma filha de dez.
Dona Arlete está lendo em média três livros por dia! Foi a primeira a tomar emprestados livros em formato “e-Book”. Como toda leitora extraordinária, lê de tudo, de Monteiro Lobato a Adelaide Carraro, de Nora Roberts a Sidney Sheldon. Ela soube que poderia cadastrar-se na Biblioteca Digital da cidade. Agora, com “login” e senha, dona Arlete lê em casa, a hora que bem quiser, os livros escolhidos. Cada um de nós pode levar consigo uma biblioteca de até 30.000 livros num aparelhinho chamado “e-reader”. No Brasil, ele é vendido por R$ 126 (modelo mais simples), podendo chegar a quase R$ 2 mil. Soube das altas façanhas da leitora de São Joaquim da Barra por Galeno Amorim, ex-presidente da Biblioteca Nacional, agora dirigindo a Árvore de Livros, da qual ele é CEO, iniciais de Chief Executive Officer, Chefe Executivo de Ofício, isto é o chefão da empresa. O tédio é uma cruz e tem mais de 14 estações. A leitura é nosso Simão Cirineu. Fazia séculos que o livro era basicamente o mesmo, desde a primeira bíblia de 42 linhas de Gutenberg. Mas irrompeu no mundo uma revolução: o livro eletrônico. (xx) Quer saber mais? www.arvoredelivros.com.br Em S. Joaquim da Barra já sabem! • Da Academia Brasileira de Filologia, escritor e professor, autor de 34 livros. Está publicado em Portugal, Cuba, Itália, Alemanha, Suécia etc. Os mais recentes são “Lotte & Zweig”

quarta-feira, 18 de junho de 2014

IGNORÂNCIA INTENCIONAL

Você sabe o que é ignorância intencional? A sua e a minha, por exemplo, sobre assuntos sobre os quais não queremos saber nada! Sei que inundam a internet de vídeos dispensáveis, mas ESTE É INDISPENSÁVEL QUE VOCÊ VEJA. PERCA SEIS MINUTOS DE SEU TEMPO, E SEU OLHAR DORAVANTE DIANTE DE UM ALIMENTO ANIMAL NUNCA MAIS SERÁ O MESMO! http://awebic.com/cultura/ninguem-aplaude-essa-mulher-palco-porque-todos-estao-assustados-demais-para-isso/

terça-feira, 17 de junho de 2014

JOAQUIM BARBOSA NUM POEMA DE CRUZ E SOUSA

Não tenho do ministro Joaquim Barbosa o conceito que dele fazem os que enviaram esse manifesto ao STF. E como espero que ainda esteja assegurado o direito de discordar, mesmo de amigos cujas assinaturas vejo agora nesse outro manifesto e que um dia vi um dia ao lado da minha e de outras centenas, como no famoso Manifesto dos 1046 Intelectuais contra a Censura, nos anos 70, posto aqui um poema de Cruz e Sousa que deve sintetizar a dor de Joaquim Barbosa, sobre a qual nessas horas pouco pensam. VIDA OBSCURA, de Cruz e Sousa, maior poeta catarinense todos os tempos e um dos maiores do Brasil. "Ninguém sentiu o teu espasmo obscuro, Ó ser humilde entre os humildes seres. Embriagado, tonto dos prazeres, O mundo para ti foi negro e duro. Atravessaste num silêncio escuro A vida presa a trágicos deveres E chegaste ao saber de altos saberes Tornando-te mais simples e mais puro. Ninguém te viu o sofrimento inquieto, Magoado, oculto e aterrador, secreto, Que o coração te apunhalou no mundo. Mas eu que sempre te segui os passos Sei que cruz infernal prendeu-te os braços E o teu suspiro como foi profundo!" http://blogs.estadao.com.br/fausto-macedo/manifesto-ao-supremo-acusa-joaquim-barbosa-de-arbitrariedades/

O BRUÁ DESPLOTADO PELO CAMISOLA 7 NO BALNEÁRIO

1) BRUÁ veio do Hebraico "bárúkh habbá", bendito aquele que vem (em nome do Senhor). A expressão, dita de modo desjeitoso pelos que não entendiam a língua, virou sinônimo de ALGAZARRA, GRITARIA.No Português do Brasil é "bruaá", pela influência do Francês "brouhaha", modo de grafar o Hebraico. 2) DESPLOTOU, do verbo desplotar, do Inglês plot, fixar, marcar, arrumar, quer dizer SOLTOU, DESPERTOU, DEFLAGROU. 3) CAMISOLA, do mesmo étimo de CAMISA, roupa para ir para a CAMA, em Portugal tem significado diferente do que tem no Brasil. CAMISOLA no Brasil é roupa feminina para dormir, leve, íntima. É inimaginável no Brasil um jogador entrar de camisola no campo. BALNEÁRIO, do Latim "balneum", banho, é vestiário, e tem nome porque ali os jogadores tomam banho, mas, no Brasil, 4) BALNEÁRIO é estância de águas medicinais ou local de lazer e repouso, semelhante ao Inglês "resort". Agora leiam abaixo este trecho do Diário de Notícias, de Lisboa, na edição de 17 de junho de 2014. Do Diário de Notícias: "O bruá já tinha sido significativo antes, quando a seleção nacional entrou em campo para o aquecimento e o numero 7 das quinas acenou para a bancada e desplotou a loucura entre os fãs. Mais ainda quando recolheu ao balneário, após o período aquecimento... Ao se aproximar do túnel de acesso aos balneários, Ronaldo tirou a camisola de treino e atirou-a para as bancadas. A adepta felizarda, a mexicana Lorena Varelo, de 31 anos, ganhou uns minutos de fama graças à transmissão televisiva para todo o mundo."

sábado, 14 de junho de 2014

FRED CAI DE BUNDA E JUIZ BUNDÃO DÁ PÊNALTI

"Kockasti pokradeni na startu: Neymar i sudac srusuli Hrvate. Hrvatska je is gubila od Brazilia otvaranju. Poveli smo i sokirali Brazilce. Neymar zabija za 1-1 a onda nevjerejaton penal nad Fredom i preokret domacina" (Copa roubada no início: Neymar e juiz derrotam croatas. Na estreia, Croácia perde para o Brasil. Pegamos os brasileiros atordoados. Neymar fez 1-1 e empatou. Em seguida, falso pênalti em Fred mudou as coisas para os anfitriões). Jornais internacionais foram duros conosco no "day after" de nossa primeira vitória nesta Copa. E minha crônica deste fim de semana dá também a origem da palavra que designa a preferência nacional. De bunda a bundão é um pulinho no coloquial brasileiro.
No dia seguinte à vitória do Brasil sobre a Croácia, fui obrigado a tomar café com a televisão ligada, pois estava num hotel em Florianópolis. Sim, vencemos, mas lembrei-me da ponderação de um dos generais que queriam derrubar Hitler, proferida a seu colega no filme “Operação Valquíria”: “Não nos esqueçamos de que as coisas jamais ocorrem como planejadas”. Os alemães, mesmo no futebol, parecem estar sempre seguindo passo a passo um planejamento minuciosamente treinado antes, que só dá errado quando enfrentam os brasileiros, como aconteceu na final da Copa de 2002. O goleiro alemão Kahn foi escolhido o melhor do torneio no dia anterior. No dia seguinte, nos dois gols do Brasil, confirmou o dito do nosso saudoso cronista Armando Nogueira: “Nem tudo o que cai na rede é peixe; às vezes é frango”. Fora do estádio, em São Paulo, onde se deu a estreia do Brasil, desfilaram moças bonitas e, se entendi, foi eleita muda do Itaquerão uma russa chamada Raíssa. Que teve que dar uma volta para mostrar a bundinha.
A palavra "bunda" entrou para a língua portuguesa no século XVI. As mulheres de Cabo Verde e de Angola tinham esta parte do corpo muito empinada, e os colonizadores passaram a chamar "nádegas" de bunda. Esses escravos falavam quimbundo e ambundo, e sua nacionalidade era designada por "banto" e "bundo". Os portugueses fizeram o feminino “bunda” para designar a mulher do bundo, não as nádegas, mas depois ao se referirem "àquela bunda", o substantivo deixou de indicar a mulher, para indicar apenas a região mais apreciada da escrava. E a língua portuguesa ainda tem “bundão” e “bunda-mole” para designar a pessoa sem energia e medrosa. Que sejamos campeões de novo! Vice ou último dá no mesmo! Se assim não acontecer, haverá muitos outros "bundões"! • Da Academia Brasileira de Filologia, escritor e professor, autor de 34 livros. Está publicado em Portugal, Cuba, Itália, Alemanha, Suécia etc. Os mais recentes são “Lotte & Zweig”

terça-feira, 10 de junho de 2014

POETAS, DE FLORBELA ESPANCA

POEMA DA NOITE Poetas - Florbela Espanca Ai as almas dos poetas Não as entende ninguém; São almas de violetas Que são poetas também. Andam perdidas na vida, Como as estrelas no ar; Sentem o vento gemer Ouvem as rosas chorar! Só quem embala no peito Dores amargas e secretas É quem em noites de luar Pode entender os poetas E eu que arrasto amarguras Que nunca arrastou ninguém Tenho alma pra sentir A dos poetas também! Florbela D'Alma da Conceição Espanca nasceu no dia 8 de dezembro em 1894 em Vila Viçosa (Alentejo). Demorou para ser reconhecida como boa poeta. Com uma vida bastante confusa, sobretudo nos casamentos, teve apenas dois livros publicados em vida, Livro de Mágoas e Livro de Sóror Saudade. Florbela de suicidou no dia 8 de dezembro de 1930 em Matosinhos.

ENSINO À DISTÂNCIA E RE´PROVADOS NA OAB

Periodicamente ficamos sabendo, em geral pela mídia, que as faculdades de Direito são um descalabro, que o nível cultural dos advogados piora dia a dia. Mas o que houve? Os cursos de Direito precederam as universidades, deram-nos grandes juristas e lastrearam e lastreiam a cultura geral de profissionais que, não exercendo o ofício para o qual os estudos os qualificam, destacam-se em muitas outras atividades em que esses saberes lhes são fundamentais. Muitos dos que criticam a propalada ignorância dos examinandos da OAB seriam reprovados em suas respectivas profissões se os diplomas tivessem prazo de validade! E, pior, muitos daqueles que formulam as questões não as responderiam corretamente. Bastaria perguntar-lhes, em matéria de Direito, algo equivalente ao feminino de peixe-boi. O feminino é peixe-mulher, mas é provável que a maioria respondesse peixe-vaca. Como se vê, a língua tem espírito, não apenas letra. Com as leis, dá-se algo semelhante. Ainda no século I de nossa era, um grande intelectual chamado Paulo de Tarso, mais conhecido como São Paulo, exalou esta verdade desconcertante: “a letra mata, o espírito vivifica”. Dado que muitas disciplinas de Direito, à semelhança de centenas de outras, de outros cursos, podem ser ministradas pelo ensino à distância, comecemos por essa vacilação: o correto é “ensino a distância” (sem acento de crase) ou “ensino à distância” (com acento de crase)? As provas ditas objetivas não permitem que o examinando argumente em favor de seu ponto de vista. Para o jovem advogado, o requisito fundamental, base de todos os outros, é escrever corretamente, isto é, argumentar dentro da norma culta da língua portuguesa e à luz de seus saberes jurídicos. Porém, se o examinador considera que o certo é escrever "a distância", o pobre bacharel é impedido de argumentar que está em boa companhia ao pôr acento de crase naquele A. Assim ensinam, entre outras referências na arte e na técnica de escrever, Celso Pedro Luft e Cláudio Moreno, atualmente, e Said Ali e José de Alencar, no passado. Então, por que o MEC ostenta a expressão “ensino a distância” (sem o acento)? Assim ela vem escrita em seu site e em vários documentos. Está errada? Não, não está. Este é um daqueles casos em que o usuário tem o direito de escolher, mas aqui a falta deste acento estende um nevoeiro dispensável sobre a língua. Em outras situações, a cerração pode ornamentar o texto e dar-lhe ambiguidades repletas de significados contraditórios, ainda assim em alegre convívio, de que são exemplos os textos de humor. Em textos didáticos, contudo, quando o objetivo é ensinar com segurança, convém partir do simples para o complicado e não insistir no caminho inverso. O simples é pôr o acento de crase em “ensino à distância”, por desambiguação. Se os alunos estudam a noite, o objeto de seu estudo é a noite, mas se estudam à noite, a crase está designando que, à semelhança de boa parte dos brasileiros, não têm tempo de estudar de dia e estudam à noite. Mas não estudam a noite, a menos que sejam astrônomos. Nem estudam a distância, a menos que sejam topógrafos. Eles estudam à noite e à distância. (xx)

DE JSFERREIRA, DOM LULOTE.

Laércio e os Babacas do Metrô por JCSFerreira em 6 de junho de 2014 5391473f70f7e Imaginem a cena: Nós, brasileiros, camisa verde e amarela da Seleção, muita purpurina no corpo, mulatas sambando ao lado cheias de penas, latinhas de cerveja por todos os cantos, o cheiro de mijo subindo do asfalto quente, e todos montados em seus jumentos, orgulhosos, de sermos cidadãos felizes, sem frescura e, principalmente, obedientes ao nosso Imperador Luis Inácio. Ele, com muita propriedade intelectual, moral e vivência, afastou a nefasta tese de que metrôs seriam importantes para a Copa ou para as cidades de maneira geral. Há alguns anos, ainda dotado de certo realismo em minhas ideias, eu tenderia a discordar de Sua Excelência, mas agora, montado em Laércio, meu jumento, começo a acreditar em tudo que o Lula fala. Tenho para mim, no fundo de minha alma, que ele é um visionário, um sonhador, um homem à frente de seu tempo. Ele é uma espécie de Dom Lulote e nós, brasileiros novamente, somos todos Sancho Panças, movidos de um realismo duro, cruel, pragmático, para uma espécie de transe em que tudo que não fazia o menor sentido, agora faz. Com a diferença de que Sancho tinha um burro e nós jumentos, mas burro é coisa de espanhol capitalista, eu consigo entender a retórica do Imperador Inácio I. Finalmente eu consigo compreender a raiva de Lula sobre o assunto, e aqui abro aspas para o destemido leitor que cavalga ao meu lado também entender (confesso que não sei se o verbo “cavalgar” se aplica aos nossos jumentos): “Nós nunca reclamamos de ir a pé. Vai a pé, vai descalço, vai de bicicleta, vai de jumento, vai de qualquer coisa. A gente está preocupado? Ah não, porque agora tem de ter metrô até dentro do estádio. Que babaquice que é essa?” (Luis Inácio Lula da Silva – 16/05/14) Babacas, presidente! Vossa Excelência tens toda razão! Aonde já se viu um povo que paga apenas 40% de impostos reclamar? Exigir!? É um desrespeito à sua biografia. Você, o homem mais Ético da história do Brasil, segundo suas próprias palavras. Senhor presidente, como podem exigir algo de nosso amado governo, aquele que tudo nos provém. Saúde, Educação, Segurança, Transportes, de graça e ainda lutam para continuar no poder, para nos ajudar, para não nos deixar cair nas mãos de eventuais políticos malvados que, veja a ousadia, tentem instalar Metrôs nas grandes cidades; busquem construir ferrovias de Norte a Sul, pra facilitar o transporte de todos os setores produtivos e ainda servir como meio de locomoção para os cidadãos, com preço muito reduzido; que queiram enxugar a máquina pública para reduzir os impostos; eventuais governantes que ousem priorizar a Educação para, no futuro, a população aprender a discernir o óbvio; para entender que os mais pobres pagam, proporcionalmente, mais impostos que os ricos, da famosa “elite” que o Sr. Sempre menciona; que falam que o reajuste dos aposentados pela presidenta Dilma é falso, porque é menor que a inflação; entender que somente o conhecimento, a sabedoria salva um ser humano, quer como cidadão, quer como ser filosófico propriamente dito; mas, tudo isso, Lula, são pensamentos de racionais, medrosos e covardes. Eu sei, porque já fui assim e agora, com vossa ajuda, encontrei a Luz dos que sonham, que vivem a vida de forma leve e sábia. Enquanto esses babacas continuam a cobrar o governo por luxos capitalistas, eu estou ao seu lado e de todos os companheiros, junto de Laércio, rumo ao Maracanã para vibrar por esta conquista do PT, a “Copa das Copas”, e ajudar a nossa companheira Dilma, a mulher mais competente já vista no Brasil, a se reeleger. Brasileiro é folgado, Imperador. Enquanto esses loucos da oposição acham um absurdo a Petrobrás ter perdido 50% de seu valor de mercado, nossa Mãe Dilma, consciente e serena, vai inaugurar nosso belíssimo Porto de Mariel em Cuba, isso sim de extrema importância para todos. Diferentemente deste metrô de babacas ociosos. E o povo não reconhece este feito. Que outra nação, do mundo atual, pode ter a honra de ter pego o dinheiro do contribuinte, para construir um porto na importantíssima nação de Cuba? Nenhuma. E aí, novamente, me dá uma sensação tão boa de ter largado meu complexo de realista e me entregado aos sonhos do PT, eu sinto que faço parte, não sei do que, mas faço. Me sinto acompanhado, sei que não estou sozinho nessa conversão, nesta cavalgada histórica rumo à vitória. Não sei é Vitória da Conquista ou Vitória no sentido de triunfar, mas é inegável que faço parte de algo muito maior e é tão bom não me sentir sozinho. Eu gosto de estar bem acompanhado e talvez seja por isso que tenha horror a metrô. É muito babaca junto num só lugar! P.S.: O Laércio vai poder entrar comigo no estádio? Ou deixo ali no gramadinho do estacionamento?

domingo, 8 de junho de 2014

ABIDICAÇÕES E RENÚNCIAS: A VEZ DE DILMA?

http://www.jornalpp.com.br/colunista/item/62377-abdicacoes-e-renuncias-a-vez-de-dilma
Fui assistir ao filme “Getúlio: os últimos dias”, em que Tony Ramos faz o papel do presidente. “Só morto sairei do Catete”, disse Getúlio Vargas na madrugada de 24 de agosto de 1954. Horas depois dava um tiro no coração, às 8h45 da manhã. Morreu sozinho na cama em que dormia, no Palácio do Catete, no Rio, hoje transformado em museu, mas guardando ainda todas as assombrações de casas de suicidas. Naqueles dias a televisão não tinha a hegemonia que tem hoje. Mais se ouvia do que se via e lia. O país soube do suicídio quinze minutos depois pelas ondas da Rádio Nacional. Oswaldo Aranha leu a carta-testamento do presidente, dando ênfase em frases bombásticas, como essas: “Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na história”. A crise vinha de longe, mas tudo despencara há 19 dias, em 5 de agosto, quando Carlos Lacerda recebera um tiro no pé ao chegar em casa, na Rua Toneleros, em Copacabana, no Rio. Os outros tiros mataram um major da Aeronáutica chamado Rubens Vaz. Lacerda era destemperado. Chamara Getúlio de “monstro”, e ao filho dele, Lutero Vargas, agraciara com essas desqualificações: “filho rico e degenerado do pai dos pobres”. A Oswaldo Aranha, figura reconhecida já internacionalmente, pois presidira a assembleia da ONU que criara o Estado de Israel, chamara de “mentiroso e ladrão”. Gustavo Capanema, talvez o melhor ministro da Educação que o Brasil já teve, então líder da maioria, lera no Congresso uma declaração assinada por Vargas: “Até agora considerava Lacerda meu principal inimigo. Mas agora o considero meu inimigo número 2; o número 1, aquele que causou o maior prejuízo ao meu governo, foi o homem que atentou contra sua vida”. “A história só se repete como farsa”. Atribuem essa frase a Marx, mas ele não a escreveu assim. No texto em que comenta o golpe de Estado de Carlos Luís Napoleão, sobrinho de Napoleão Bonaparte, que imitou o tio, Marx diz: “Hegel observa em uma de suas obras que todos os fatos e personagens de grande importância na história do mundo ocorrem, por assim dizer, duas vezes. E esqueceu-se de acrescentar: a primeira vez como tragédia, a segunda como farsa”. O golpe do tio foi uma tragédia. O golpe do sobrinho foi uma farsa. Não é segredo para ninguém que o Brasil inteiro anda apreensivo com tudo. Nem a Copa está mudando o espírito nacional. E no mundo estão acontecendo renúncias e abdicações: o papa Bento XVI abriu o cortejo. Agora foi o rei Juan Carlos, da Espanha. No Brasil, o imperador Dom Pedro I abdicou. E os presidentes Deodoro, Getúlio, Jânio e Collor também renunciaram. Getúlio em 1945, para não ser deposto. O último a renunciar foi Collor, em 1992, para não sofrer impeachment. Mas não adiantou. Faz tempo que ninguém renuncia no Brasil, a não ser quando pego em flagrante e para não perder a boquinha. Mas perigo sempre há. Dilma Rousseff parece abandonada por todos e cai sem parar. Será que a renúncia passa pela cabeça da presidente? Depende da Copa. Agora tudo ficou para depois da Copa. (*) Da Academia Brasileira de Filologia, escritor e professor, autor de 34 livros. Está publicado em Portugal, Cuba, Itália, Alemanha, Suécia etc. Os mais recentes são “Lotte & Zweig” e “De onde vêm as palavras (17ª edição).

quinta-feira, 5 de junho de 2014

POBRE SÓ TOMA NO FULECO (FRASE ATRIBUÍDA A BEZERRA DA SILVA): PALAVRAS E EXPRESSÕES VINDAS DO FUTEBOL

http://deonisio.blogspot.com.br/2014/06/pobre-so-toma-no-fuleco-frase-atribuida.html O programa SEM PAPAS NA LÍNGUA de 5 de junho de 2014 pode ser baixado aqui: (dei o devido crédito a Luiz César Saraiva Feijó, meu colega da Academia Brasileira de Filologia, no livro FUTEBOL FALADO).http://www.hightail.com/download/ZUczRkJTSWVJMHVGa2NUQw O futebol tem uma linguagem toda especial e no Brasil é um fenômenos linguístico. Ele tem tal influência, não apenas no campo, mas na vida nacional, que ele adentrou à língua portuguesa e forneceu novos significados a palavras já conhecidas, inventou outras e levou certas expressões do campo de jogo para outros campos da atividade dos brasileiros. Exemplos: fazer o meio de campo (organizar); bateu a trave (quase acertou). Darei muitos outros exemplos. 1) Você pode apelar nos tribunais, isso é legítimo, mas não pode apelar em campo. 2) ARRASTAR-SE em campo não é literal. É apenas indicação de cansaço. Etimologia de arrastar. 3) A televisão não se dirige a seus telespectadores como VIDENTES, semelhando o rádio, que se dirige aos OUVINTES. Ela se dirige a TELESPECTADORES, quebrando a regra normal. 4) A expressão BARBA, CABELO E BIGODE não veio das barbearias, apesar de a elas fazerem referência. A origem é outra, que explicarei. 5) BOLA PRO MATO QUE O JOGO É DE CAMPEONATO. Mas às vezes era rio, lagoa, não mato. 6) Deu de CHALEIRA. Não veio da vasilha. Veio de Charles Miller. 7) Palavras tiradas de outros contextos: PEPE, O CANHÃO DA VILA.LADRÃO (de bola, que vem por trás), ESPIÃO ou OLHEIRO(que vai observar como joga o outro time, trazendo uma palavra da política e da guerra para mudar seu significado...); 8) Arquibaldo e geraldino: palavras criadas pelo jornalista Apolinho. Três palavras com histórias curiosas. 9) Em "Maraca", em vez de Maracanã (do tupi maraka' nã, papagaio), dá-se o mesmo processo de "profe" para professor. 10) Palavras e expressões curiosas, nascidas espontaneamente, mas que têm explicação: I- "Nem tudo o que cai na rede é peixe. Às vezes é frango". Armando Nogueira. II- "O homem me disse que se suspenderem, ele entra com um Corpus Christi pra mim". (Manga, confundindo Habeas Corpus com expressão aproximada, mais conhecida). III- "A bola veio e eu arrematei com o pé que estava mais à mão" (João Pinto, jogador português). "Mais à mão" é expressão já longe do que é designado por "mão", que às vezes é o "olho", a menor distância etc. IV- "Didi, o São Cristóvão está de uniforme novo" (Garrincha, ao ver a Inglaterra entrar em campo na Copa de 62 no Chile); V- "Quando o jogo está a mil, minha NAFTALINA sobe". (jogador Jardel, do Grêmio e depois do Porto). Adrenalina não era palavra conhecida dele; naftalina era. VI- "Jogador tem que ser completo como o pato, um bicho aquático e gramático". (Vicente Matheus, lendário presidente do Corínthians, que também disse que "a gente está na chuva é para se queimar")

quarta-feira, 4 de junho de 2014

QUADRILHA, DE CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

Demos a etimologia de QUADRILHA, originalmente conjunto de quatro: versos, pares de dança, bandidos. O poeta Carlos Drummond de Andrade comparece a nosso Pitadas recitando um poema intitulado QUADRILHA: https://www.youtube.com/watch?v=CevpZaqA84Q Quadrilhas podem ser bonitas: quando designam estrofes de quatro versos, também chamadas quadrinhas, ou um tipo de dança. E podem ser feias, quando integradas por bandidos, malfeitores etc. A origem da palavra é o Espanhol "cuadrilla", as quatro partes em que era repartido o que era tomado de um inimigo. A pior quadrilha não foi chamada de quadrilha. São os 4 cavaleiros do Apocalipse, último livro da Bíblia, representando: a PESTE (cavaleiro com um arco, montado num cavalo branco-cinza: soldados romanos lutavam com a espada e com o gládio, o arco e flecha era um terror para eles); a GUERRA (cavaleiro com uma espada, montado num cavalo vermelho); a FOME (cavaleiro montado num cavalo preto, com uma balança na mão, simbolizando o racionamento da comida); a MORTE (cavaleiro montando num cavalo amarelo, da cor de um cadáver, portando uma gadanha).

ARQUIBALDO, BOATO, DEDÉU, FORFAIT, PELADA

Arquibaldo: do Grego arkhi, prefixo indicador de principal, autoridade, como em arquidiocese, arqui-inimigo, e baldo, de bald, do nome alemão Archibald, dito Arquibaldo em Português. O jornalista carioca Washington Carlos Nunes Rodrigues (76), o Apolinho, que tem esse apelido por ter sido um dos primeiros a usar microfone sem fio, como os astronautas da nave Apolo, a primeira a pousar na Lua, em 1969, criou esta palavra para designar o torcedor que senta na arquibancada, assento de melhor acomodação do que a geral, onde fica o geraldino, também palavra criada por ele. Boato: do Latim boatus, originalmente berro do boi, do verbo boare, berrar, vindo do Grego boáo, gritar. Passou a designar alvoroço, gritaria, notícia proclamada em altas vozes, em oposição ao rugeruge, ao sussurro, ao cochicho. Consolidou-se, porém, como notícia falsa. O filólogo e dicionarista gaúcho Celso Luft (1921-1995) ensina em ABC da Língua Culta: “Como a tendência semântica é boato=‘notícia infundada’, as combinações ‘boato verdadeiro’ e ‘boato falso’ vão sendo evitadas”. O Dicionário Caldas Aulete é implacável: “História ou notícia que se divulga sobre alguém ou algo, sem que se confirme sua origem ou veracidade”, abonando com este trecho do escritor fluminense Euclides da Cunha (1866-1909) em Contrastes e Confrontos: “Surdo boato, dos que por aí irrompem e se alastram, sem que se saiba de onde partem...”. Dedéu: de origem controversa, provavelmente de duplicação de déu, de etimologia desconhecida, significando de casa em casa, de porta em porta, de lugar em lugar. Dedéu consolidou o significado de muito, em grande quantidade, como se comprova na expressão “longe pra dedéu”, muito distante. Já a abonação de déu em déu aparece no diálogo de uma crônica resultante de visita que o escritor paulista Monteiro Lobato (1882-1948) fez à pianista paulista Guiomar Novais (1896-1979): “— E deu muitos concertos? — Só em Paris toquei nuns trinta, em Londres nuns oito, em Berlim noutros tantos, em Lausanne não sei em quantos; andei de déu em déu.” Persiste a hipótese de que déu seja variante de deu, do verbo dar, com o sentido de viajar, chegar, ir: “Tomando tal caminho, deu ou bateu com os costados em tal lugar”. Forfait: do Francês medieval forfait, que foi ao Inglês forfeit e voltou ao Francês forfait para designar crime, falta grave, ligado ao verbo forfaire, fazer fora, isto é, cometer falta, praticar delito. Mas no Inglês, a língua por excelência do turfe, veio a designar a quantia paga pelo proprietário quando o cavalo deixa de participar do páreo em que estava inscrito. Fazer forfait tomou o significado de faltar a um compromisso, mas também o de bagunça, zoeira, desorganização, por força da controvérsia surgida nessas compensações. Ainda não houve aportuguesamento da palavra. Mata-galegos: de matar, do Latim vulgar mattare, adaptado de mactare, fazer ofertas aos deuses, imolando vítimas e por isso ganhando o significado de acabar com a vida dos animais e tornando-se, por extensão, sinônimo de levar alguém à morte; e de galegos, do Latim gallaecus, habitante da Gallaecia, depois Galécia, Galícia ou Galizia, do mesmo étimo de galaico, como na palavra composta galaicoportuguês, designando dialeto do Português. Os galegos da expressão eram imigrantes portugueses que nas crises do começo do século XIX disputavam os empregos dos brasileiros. Os ônibus cujas traseira e dianteira eram muito semelhantes, a ponto de serem confundidas, eram chamados mata-galegos e esta expressão foi parar nos dicionários. Galego designou de início pessoa de pouca instrução. Pelada: de origem controversa, talvez de péla, do Latim pilella, diminutivo de pila, bola, novelo de lã. Pode ter havido mistura com pelo, pois as primeiras bolas eram de couro cru, com pelos. Designando jogo de futebol desorganizado, formou-se por catacrese: nos campos onde era e é praticado falta grama, sobretudo em lugares como a pequena área, que parece pelada. Dá-se catacrese quando uma palavra, à falta de uma outra específica, supre esta falta, como em perna da mesa.

OAB: GABARITO ERRADO, SEGUNDO JUÍZA

Do "MIGALHAS", do nosso querido José Maria da Costa, formado em Direito, Letras e Pedagogia, e primeiro colocado em concurso da magistratura paulista. http://www.migalhas.com.br/Quentes/17,MI202111,51045-Juiza+aponta+erro+no+gabarito+do+ultimo+exame+de+Ordem Exame de Ordem Juíza aponta erro no gabarito do último exame de Ordem Magistrada questiona correção de prova de Direito do Trabalho. quarta-feira, 4 de junho de 2014 A juíza do Trabalho Adriana Corteletti Pereira Cardoso, do ES, questiona gabarito do último exame de Ordem em e-mail enviado ao ministro Alexandre Belmonte Agra, do TST, e à FGV. A magistrada aponta incorreção na resposta de uma pergunta de Direito do Trabalho. Veja abaixo: "Prezados membros da Comissão Organizadora da prova prático-profissional OAB aplicada em 01/06/2014 – Trabalhista. Digníssimos membros do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil. Sou Juíza do Trabalho, vinculada ao Egrégio TRT da 17ª Região e venho, considerando o interesse de toda a classe jurídica no exame de Ordem, que seleciona dentre os bacharéis os que estarão aptos ao exercício da advocacia, tão indispensável à administração da Justiça e baluarte da cidadania, diante do gabarito oficial da prova retro mencionada, aplicada ontem, tecer algumas considerações, acerca da seguinte questão: Rômulo Delgado Silva, brasileiro, viúvo, empresário, portador da identidade 113, CPF 114, residente e domiciliado na Avenida Brás Montes, casa 72 – Boa Vista – Roraima – CEP 222, em entrevista com seu advogado, declara que foi sócio da pessoa jurídica Delgado Jornais e Revistas Ltda., tendo se retirado há 2 anos e 8 meses da empresa; que foi surpreendido com a visita de um Oficial de Justiça em sua residência, que da primeira vez o citou para pagamento de uma dívida trabalhista de R$ 150.000,00, oriunda da 50ª Vara do Trabalho de Roraima, no Processo 0011250-27.2013.5.11.0050 e, em seguida, 48 horas depois, retornou e penhorou o imóvel em que reside, avaliando-o, pelo valor de mercado, em R$ 180.000,00; que tem apenas esse imóvel, no qual reside com sua filha, já que viúvo; que o Oficial de Justiça informou que há uma execução movida pela ex-empregada Sônia Cristina de Almeida contra a empresa que, por não ter adimplido a dívida, gerou o direcionamento da execução contra os sócios; que foi ao Fórum e fotocopiou todo o processo, agora entregue ao advogado; que nas contas homologadas, sem que a parte contrária tivesse vista, foi verificado que a correção monetária foi calculada considerando o mês da prestação dos serviços, ainda que a sentença fosse omissa a respeito; que, ao retornar para penhorar o imóvel, o oficial informou que a dívida havia aumentado em 10%, porque o juiz aplicou a multa do artigo 475-J, do CPC. Diante do que foi exposto, elabore a medida judicial adequada para a defesa dos interesses do entrevistado, sem criar dados ou fatos não informados. (Valor: 5,0) Gabarito Comentado Formato de embargos de devedor (embargos à execução) dirigido à 50ª Vara do Trabalho de Roraima, com indicação do processo e qualificação do embargante. Com a devida vênia, parece-me equivocada a conclusão constante no “gabarito comentado - padrão de resposta” de que o “único” remédio processual cabível à hipótese seria EMBARGOS DE DEVEDOR (EMBARGOS À EXECUÇÃO) desconsiderando, não somente que os Embargos de Terceiro são plenamente cabíveis à hipótese tratada no Enunciado da questão retro transcrita, como também que a posição majoritária do Colendo TST, Suprema Corte Trabalhista Pátria, é de que tal ação seria o meio adequado a ser utilizado pelo Sócio retirante, que está exatamente suscitando sua condição de terceiro. Corroborando tal entendimento, o ilustre doutrinador Carlos Henrique Bezerra Leite (Curso de Direito Processual do Trabalho, 12ª Edição p.1223-25, São Paulo,LTR) com a percuciência que lhe é peculiar, assim trata da matéria: A jurisprudência do TST, considera o sócio, ou ex-sócio, terceiro que deve ser citado validamente na fase de execução. É o que se infere dos seguintes julgados: “(...) RECURSO DE REVISTA. EXECUÇÃO. EMBARGOS DE TERCEIRO. PENHORA. BACEN JUD. EX-SÓCIO. NECESSIDADE CITAÇÃO VÁLIDA COMO PRESSUPOSTO EXEENCIAL. ART. 5º, LV, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. AUSÊNCIA DE CITAÇÃO DO EX- SÓCIO. LIMITAÇÃO RESPONSABILIDADE EX- SÓCIO. PRAZO. DOIS ANOS. ARTIGO 1032 DO C'[ODIGO CIVIL. PROVIMENTO.. 1. Discute-se nos autos, entre outros temas, a possibilidade da penhora de bem de ex-sócio, incluído na relação processual apenas na fase de execução, sem sua prévia citação. 2. É assente na jurisprudência tanto do STJ quanto dos Tribunais Regionais Federais, que para a utilização da penhora eletrônica autorizada pelo artigo 655-a do CPC (Bacen Jud) é necessária a citação válida do ex-sócio, sobretudo quando a ação foi ajuizada somente contra a pessoa jurídica e apenas, em sede de execução, foi requerido o redirecionamento da execução dos sócios. 3. O bloqueio das disponibilidades financeiras do ex-sócio através do Sistema Bacen Jud, antes de sua citação, ofende o devido processo legal, pois a citação válida é requisito essencial para a instauração do processo em face do executado, por força do artigo 880 da Constituição das Leis do Trabalho. 4. De outra parte, há de se ter em consideração a circunstância de que a determinação do bloqueio judicial deu-se no momento em que já expirado o prazo previsto no art. 1.032 do Código Civil, que limita a responsabilidade do ex-sócio pelo cumprimento das obrigações contraídas pela empresa até dois anos após a averbação de sua retirada da sociedade. 5. Recurso de revista de que se conhece e a que se dá provimento’ (TST-RR 154940-24.2006.5.02.0262, 7ª T. Rel. Min. Guilherme Augusto Caputo Bastos, DEJT 20.05.2010). “AGRAVO DE INSTRUMENTO EMBARGOS DE TERCEIRO. RESPONSABILIDADE DE EX-SÓCIO. ADMISSÃO DO RECLMANTE POSTERIORMENTE À RETIRADA DA SOCIEDADE. Ante a aparente violação do artigo 5º, incisos XXII e LIV, da Constituição, dá-se provimento ao Agravo de Instrumento para determinar o processamento do apelo denegado. RECURSO DE REVISTA. EMBARGOS DE TERCEIRO. RESPONSABILIDADE DE EX-SÓCIO. ADMISSÃO DO RECLAMANTE POSTERIORMENTE À RETIRADA DA SOCIEDADE. Uma vez comprovado que o terceiro interessado não fazia parte do quadro societário da Empresa-executada à época da contratação do Reclamante, não há como responsabilizá-lo pelos débitos trabalhistas. Recurso de Revista conhecido e provido”(TST-RR 15240-86.2007.5.17.0001, 8ª T., Rel, Min. Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, DEJT 08.04.2010). “A) AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. EXECUÇÃO. SÓCIO DA EXECUTADA. LEGITIMIDADE PARA PROPOR EMBARGOS DE TERCEIRO. Dá-se provimento ao agravo de instrumento, em face da aparente ofensa ao art. 5ª, LV, da Constituição Federal. B) RECURSO DE REVISTA. EXECUÇÃO . SÓCIO DA EXECUTADA. LEGITIMIDADE PARA PROPOR EMBARGOS DE TERCEIRO. Em observância ao preceito inserto no art. 5º, LIV, da Constituição, segundo o qual ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal, deve-se reconhecer a legitimidade ativa do sócio da empresa executada para opor embargos de terceiro. Recurso de revista conhecido e provido” (TST-RR 76/2008-141-06-40.6, 8ª T., Rel. Min. Dora Maria da Costa, DEJT 22.10.2009). “AGRAVO DE INSTRUMENTO – RECURSO DE REVISTA- EXECUÇÃO FISCAL – EMBARGOS DE TERCEIRO- LEGITIMIDADE ATIVA DO SÓCIO. O Tribunal Regional expressamente registrou que o sócio executado foi afastado das atividades da empresa e que a execução ocorreu após dois anos do seu afastamento, não podendo ser ele responsabilizado pelos créditos trabalhistas, em face do que dispõe o artigo 1.032 do Código Civil. A alegação da União de que o executado foi regularmente citado e de que participa da execução constitui particularidade não ventilada no v. acórdão regional. Assim, partindo da premissa regional de que o agravado foi afastado das atividades empresariais por período superior a dois anos, não pode o ex-sócio ser responsabilizado pelos créditos trabalhistas, sendo legitimado a embargar como terceiro, nos exatos termos dos arts. 1046 e 1047 do CPC, os quais, portanto, restaram ilesos pelo v. acórdão hostilizado. Agravo de Instrumento a que se nega provimento. (TST- AIRR 109400-93.2009.5.02.0052, Rel. Min. Maria das Graças Silvany Dourado Laranjeira, 5ª T. DEJT 21.09.2012). Nos Egrégios Tribunais Regionais do Trabalho, também é farta a jurisprudência a respeito da legitimidade ativa dos sócios para figurarem como terceiros, como se pode inferir dos seguintes julgados: “EMBARGOS DE TERCEIRO. LEGITIMIDADE. Dispõe o § 2º do art. 1.046 do CPC que mesmo quem é parte no processo principal – a empresa reclamada, o sócio ou o ex sócio – têm legitimidade para propor embargos de terceiro, desde que defenda bens que, pelo título de sua aquisição ou pela qualidade em que os possuir, não podem ser atingidos pela apreensão judicial. Por tais fundamentos, acolhe-se o agravo de petição para declarar que a agravante, na qualidade de ex-sócia da empresa executada, tem plena legitimidade para discutir a sua responsabilidade na qualidade de terceiro” (TRT 2ª R.AP 0164200805802001, 12ª T., Rel. Des. Marcelo Freire Gonçalves, Doe 05.02.2010). “EMBARGOS DE TERCEIRO. EX-SÓCIO. LEGITIMIDADE ATIVA. O ex- sócio que não figura como devedor no título exequendo detém legitimidade ativa para discutir sua condição de não devedor, através dos embargos de terceiro, ainda que incidentalmente tenha sido incluído nos atos inflexivos estatais como responsável, em razão da desconsideração da personalidade jurídica da empresa na fase executória” (TRT 3ª R.. AP 01432-2008-043-03-00-5, 9ª T., Rel. Emília Facchini, DJMG 15/04.2009). O Egrégio TRT ao qual me vinculo também manifestou entendimento de que o sócio incluído na execução tem legitimidade para se insurgir contra ela através dos embargos à execução OU EMBARGOS DE TERCEIRO, como se pode inferir dos seguintes julgados. Relator : CARLOS HENRIQUE BEZERRA LEITE Acórdão 0/0 (00391-2013-000-17-00-2) MANDADO DE SEGURANÇA. INADEQUAÇÃO. PENHORA DE BENS DO SÓCIO. LEGITIMIDADE. ATO IMPUGNADO VIA EMBARGOS À EXECUÇÃO OU EMBARGOS DE TERCEIRO. A existência de meio processual adequado (in casu, embargos à execução ou embargos de terceiro) capaz de estancar os efeitos da suposta lesão gerada pelo ato judicial impugnado, inviabiliza a admissibilidade do mandado de segurança com o mesmo objetivo, sob pena de transformar a ação mandamental, de natureza especial, em sucedâneo do meio impugnativo específico. Publicado em 05/03/2014 No corpo do referido acórdão também está consignado que: “O C. TST possui entendimento de que a discussão sobre a desconsideração da personalidade jurídica da empresa e por consequência, a responsabilidade de seus sócios, não é matéria a ser apreciada em sede de mandado de segurança, tendo em vista que se faz necessária ampla dilação probatória, de modo que os instrumentos processuais cabíveis seriam os embargos de terceiro ou embargos à execução.”. Acórdão 0/0 (00716-2013-003-17-00-6) EMENTA EMBARGOS DE TERCEIROS X EMBARGOS DO DEVEDOR. PRÍNCIPIO DA FUNGIBILIDADE. OCORRÊNCIA. A ilegitimidade passiva arguível em sede de embargos do devedor nada mais faz do que negar a existência de relação jurídica patrimonial entre o terceiro e o credor, separando obrigação de responsabilidade patrimonial, o que corresponde ao mérito da ação de embargos de terceiros, na exata dicção do art. 1.046, ao cogitar dos casos de penhora. De fato, a questão é tormentosa, desafiando várias interpretações de ordem prática e teórica acerca das condições da ação na responsabilidade patrimonial. Embora pareça ser consensual, não se tem como irrefutável o argumento de que o terceiro incluído como devedor no curso da execução, como no caso do sócio, por exemplo, possa perder a sua condição de terceiro por ato do juiz que lhe endereça a citação para pagar em 48 horas, quando se sabe que nem sempre a responsabilidade patrimonial acompanha a obrigação pelo crédito. Basta consignar que o juiz ao assim proceder reduz o prazo de que trata o artigo 1.048 do CPC, assegurado para a propositura dos embargos de terceiros até 5 dias depois da arrematação, adjudicação ou remição. Deve ser lembrado, ainda, que a ilegitimidade passiva arguível em sede de embargos do devedor nada mais faz do que negar a existência de relação jurídica patrimonial entre o terceiro e o credor, separando obrigação de responsabilidade patrimonial, o que corresponde ao mérito da ação de embargos de terceiros, na exata dicção do art. 1.046, ao cogitar dos casos de penhora. Também o Egrégio TRT da 2ª Região reconhece que os embargos de terceiro são plenamente cabíveis na hipótese versada na questão da prova, como se pode inferir do seguinte julgado: Decisão N° 043227/2013-. Juiz(a): LUIZ ANTONIO LAZARIM EMENTA EMBARGOS DE TERCEIRO SÓCIO RETIRANTE LEGITIMIDADE O sócio retirante detém legitimidade para ajuizamento de Embargos de Terceiro quando na fase de execução é incluído no polo passivo da execução. Aplicação do artigo 1046 do CPC. Com o peso de sua indiscutível autoridade, Ives Gandra da Silva Martins Filho Ministro do Tribunal Superior do Trabalho e Membro da Academia Nacional de Direito do Trabalho no artigo RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DOS SÓCIOS OU ADMINISTRADORES ANTE AS DÍVIDAS TRABALHISTAS DA SOCIEDADE, defende que o remédio processual cabível a ser utilizado pelo sócio é os EMBARGOS DE TERCEIRO, como se pode inferir, de trecho do referido artigo, in verbis: IX) REMÉDIOS PROCESSUAIS CONTRA A RESPONSABILIZAÇÃO ILEGAL DO SÓCIO O sócio não se confunde com a sociedade regularmente constituída. Por isso, no caso de ser executado pelas dívidas desta, deve ingressar com embargos de terceiro, pois não é o responsável direto e imediato pelas obrigações da sociedade e porque não fez parte do processo cognitivo, não integrando o polo passivo no título executivo judicial. Só nos casos de irregularidade na formação da sociedade é que poderá figurar como o devedor principal, opondo embargos à execução, de vez que co-responsável pelas dívidas da empresa. Como, no entanto, apenas a posteriori, de acordo com a prova dos autos, é que se poderá verificar a real situação do sócio e da sociedade, qualquer um dos meios pode ser apto para embargar a execução, caso esta extrapole os limites da lei. O ilustre advogado e doutrinador Estevão Mallet também ajuizou embargos de terceiro nos autos do processo Processo Nº ET-1236-69.2010.5.15.0009 ao se insurgir sobre situação idêntica à versada na questão da prova aplicada aos bacharéis. Estaria o nobre causídico também “errado”? EMBARGANTE Silvana Amoroso Wagner Advogado Estêvão Mallet EMBARGADO Julberto Rodrigues Oliveira Advogado Wilson Roberto Paulista Ao (s) advogado (s) da (s) parte (s):1ª Vara do Trabalho de TAUBATÉ/SP GAEX Grupo de Apoio à Execução CONCLUSÃO processo nº 1236/2010 Nesta data, faço os autos conclusos ao MM Juiz do Trabalho, Dr. Adhemar Prisco da Cunha Neto. SJCampos, 27.09.2010. Silvana Amoroso Wagner opôs embargos de terceiro em virtude de penhora realizada na execução promovida por Julberto Rodrigues Oliveira. Requereu, de partida, que, caso os embargos de terceiro não fossem acolhidos, que sua manifestação fosse recebida como embargos à execução ou simples petição. Argumentou que a penhora viola a coisa julgada porque nunca foi acionista, sócia ou gestora da empresa e que nem participou da relação processual. Disse que a simples relação de parentesco com o executado não a torna devedora e que o bem estaria gravado com cláusula de impenhorabilidade. Requereu, ademais, que ao menos se respeite a meação. Citou a existência de decisão anterior que lhe foi favorável e a existência de excesso de execução. Juntou documentos. E sedimentando, por completo, a incorreção do gabarito divulgado, transcrevo, não somente uma, mas três decisões proferidas pelo eminente jurista Alexandre de Souza Agra Belmonte, hoje ministro do Colendo TST, e Coordenador Nacional do Exame de Ordem, das matérias Direito do Trabalho e Processo do Trabalho, como consta no edital, nas quais Sua Excelência manifesta entendimento no sentido do cabimento não de embargos à execução mas, de EMBARGOS DE TERCEIRO, na hipótese tratada na questão da prova. Vejamos: SBDI-2 GMAAB/ll/ct/ems MANDADO DE SEGURANÇA - ATO IMPUGNADO CONSISTENTE NA INCLUSÃO DOS SÓCIOS-DIRETORES DA EXECUTADA NO POLO PASSIVO DA EXECUÇÃO - EXISTÊNCIA DE RECURSO PRÓPRIO - ÓBICE DA ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL 92 E DA SÚMULA 267 DO STF - NÃO CABIMENTO DO "WRIT". 1. O ato impugnado no presente "writ", que determinou a inclusão dos sócios diretores no polo passivo da lide executória, é passível de impugnação mediante embargos de terceiro, previstos no art. 1.046 do CPC, que são cabíveis exatamente para salvaguardar o direito de quem se julgue parte ilegítima para responder pela execução e, posteriormente, o agravo de petição, nos termos do art. 897, "a" e § 1º, da CLT, ambos dotados de efeito suspensivo. 2. Da mesma forma, como consignado na decisão recorrida, o presente "writ" também se mostra incabível em face da carência de legitimidade da Impetrante, pois exsurge claro o seu objetivo de, em nome próprio, preservar o patrimônio dos seus sócios-diretores para os quais foi direcionada a execução. 3. Desse modo, a pretensão do Impetrante esbarra no óbice da Orientação Jurisprudencial 92 da SBDI-2 do TST e da Súmula 267 do STF, razão pela qual a decisão recorrida, que assim decidiu, merece ser mantida. Recurso Ordinário desprovido. Vistos, relatados e discutidos estes autos de Recurso Ordinário n° TST-RO-4938-06.2011.5.01.0000, em que é Recorrente COMPANHIA BRASILEIRA DE TRENS URBANOS - CBTU, Recorrido PAULO CÉSAR FERREIRA e Autoridade Coatora JUIZ TITULAR DA 70ª VARA DO TRABALHO DO RIO DE JANEIRO. ALEXANDRE AGRA BELMONTE Ministro Relator PROCESSO Nº TST-RO-4938-06.2011.5.01.0000 SBDI-2 GMAAB/ll/MCG/lr/ems MANDADO DE SEGURANÇA. ATO IMPUGNADO CONSISTENTE NA INCLUSÃO DO DIRETOR PRESIDENTE DA EXECUTADA NO POLO PASSIVO DA EXECUÇÃO. EXISTÊNCIA DE REMÉDIO PROCESSUAL PRÓPRIO. ÓBICE DA ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL 92 DESTA E. SUBSEÇÃO E DA SÚMULA 267 DO EXCELSO STF. NÃO CABIMENTO DO "WRIT". 1. O ato impugnado no presente "writ", que determinou a inclusão do Diretor Presidente, que alega não ser sócio da empresa executada, no polo passivo da lide executória, é passível de impugnação mediante embargos de terceiro, previstos no art. 1.046 do CPC, que são cabíveis exatamente para salvaguardar o direito de quem se julgue parte ilegítima para responder pela execução e, posteriormente, o agravo de petição, nos termos do art. 897, "a" e § 1º, da CLT, ambos dotados de efeito suspensivo. 2. Desse modo, a pretensão do Impetrante esbarra no óbice da Orientação Jurisprudencial 92 desta e. Subseção e da Súmula 267 do excelso STF, razão pela qual o v. acórdão ora recorrido, que assim decidiu, merece ser mantido. Recurso ordinário desprovido. Vistos, relatados e discutidos estes autos de Recurso Ordinário n° TST-RO-5708-96.2011.5.01.0000, em que é Recorrente JOSÉ CARLOS TORRES HARDMAN e Recorrido CELSO ANTÔNIO DA COSTA PITTA, COMPANHIA GZM DE DISTRIBUIÇÃO e Autoridade Coatora JUIZ TITULAR DA 11ª VARA DO TRABALHO DO RIO DE JANEIRO e JUIZ TITULAR DA 11ª VARA DO TRABALHO DO RIO DE JANEIRO. ALEXANDRE AGRA BELMONTE Ministro Relator PROCESSO Nº TST-RO-5708-96.2011.5.01.0000 Sua Excelência também manifestou tal entendimento, quando atuou como Desembargador do TRT da 1ª Região nos autos do processo 0029400-81.2009.5.01.0037 – ET reconhecendo de forma inequívoca a cabimento dos embargos de terceiro à hipótese tratada no Exame de ORDEM. Em tal contexto, rogo que seja reapreciado e reconsiderado o gabarito oficial já divulgado no sentido de que a única resposta “correta” para a questão objeto da Prova prova prático-profissional OAB aplicada em 01/06/2014 – Trabalhista, seja, “embargos à execução”, para que se faça JUSTIÇA a milhares de bacharéis que ao ajuizarem “EMBARGOS DE TERCEIRO”, para defesa do sócio retirante da sociedade, nos termos e moldes da questão apresentada assim o fizeram com base em argumentos defendidos por muitos doutrinadores de escol, inclusive adotado de forma majoritária pelo Colendo TST e mais ainda por Sua Excelência que coordena a Comissão Examinadora. Clamo aos Srs. na condição de julgadores de tão importante etapa na vida dos bacharéis, para ingresso na nobilíssima função constitucional da advocacia que diante dos argumentos apresentados, façam JUSTIÇA àqueles que seguramente não “erraram” a resposta ao apresentar como tal à questão proposta os EMBARGOS DE TERCEIRO. ATENCIOSAMENTE, Em Vitória, Aos dois dias do mês de junho de 2014. ADRIANA CORTELETTI PEREIRA CARDOSO JUÍZA DO TRABALHO

terça-feira, 3 de junho de 2014

MALA SEM ALÇA E CHATO DE GALOCHA

Originalmente, a mulher grávida numa viagem, numa comitiva ou numa fuga era um problema muito sério para o transporte. Sua barriga foi a primeira mala! Ela levava uma criança ali, requerendo cuidados. Os celtas chamavam o ventre da mulher grávida e o saco de carregar as coisas de BAG, que deu bagagem. Mas os francos chamavam ao mesmo objeto MALHA, que deu MALLE em francês e MALA em português, onde porta-malas e bagageiro nos carros. Os antigos romanos chamavam o mesmo objeto de ARCA (para as grandes), CISTA (para as médias, que deu cesta) e CAPSA, sendo CAPSULA a pequenina. Também a origem de caixa no Grego é búxis, caixinha, que, designando o órgão feminino se transformou em palavrão (donde Caixa de Pandora, e não mais o antigo nome), e por isso foi substituído pelo Latim VAGINA, bainha, onde se guarda a espada, daí espada designar o heterossexual. Para carregar a mala, era indispensável a ALÇA, do Latim ALTIA, do mesmo étimo de ALTIUS (diz-se "álcius") e de ALTIARE (diz-se "alciáre"), levantar. Passou a identificar a pessoa chata porque a mala sem alça é de difícil transporte. Molhada, de papelão, na chuva, então! Já o chato de galocha, aproximando-se de galochas, evitava que pudesse ser percebido a tempo, e por isso era o pior dos chatos.