NOME DE POBRE NO BRASIL
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013
BELOS POEMAS DE CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
“Amar o perdido / deixa confundido / este coração. // Nada pode o olvido / contra o sem sentido / apelo do Não. // As coisas tangíveis / tornam-se insensíveis / à palma da mão. // Mas as coisas findas, / muito mais que lindas, / essas ficarão”.
A CASTIDADE COM QUE ABRIA AS COXAS
A castidade com que abria as coxas
e reluzia a sua flora brava.
Na mansuetude das ovelhas mochas,
e tão estreita, como se alargava.
Ah, coito, coito, morte de tão vida,
sepultura na grama, sem dizeres.
Em minha ardente substância esvaída,
eu não era ninguém e era mil seres
em mim ressuscitados. Era Adão,
primeiro gesto nu ante a primeira
negritude de corpo feminino.
Roupa e tempo jaziam pelo chão.
E nem restava mais o mundo, à beira
dessa moita orvalhada, nem destino.
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Hoje as coxas estão sempre abertas,
ResponderExcluirA flora já foi devastada,
Os prazeres penetram por outros orifícios
Sob forma de fumaça...
Arrancam os pelos nasais e,
Destroem a arquitetura dos nossos neurônios.
Schiffini