NOME DE POBRE NO BRASIL

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

BOA NOTÍCIA PARA O POVO DO LIVRO

Já em 2015, para cada livro que o Ministério da Educação (MEC) comprar, as editoras terão que entregar a versão digital do mesmo título, mais conhecida por e-book, forma abreviada da expressão do Inglês electronic book, livro eletrônico. A mudança vai afetar consideravelmente o mercado do livro. Editoras, distribuidoras e livrarias – as três instâncias decisivas da produção, distribuição e venda - precisam adaptar-se imediatamente, preparando-se para os novos tempos.
Não nos esqueçamos de que esta lei é da evolução: sobrevive quem se adapta, não o mais forte! Não fosse assim, o senhor do mundo seria o elefante, o leão etc., não o homem! Que, aliás, nasce desamparado. E morre, se não é socorrido, como diz a escritora e psicanalista Betty Milan em seu mais recente romance, Carta ao Filho. Leitores de qualquer lugar do país não vão mais depender do transporte do livro físico, tal como o entendemos: impresso, com capa a quatro cores, embalado em pacotes e despachado, em geral por via rodoviária, para os mais distantes lugares, uma vez que os parques editoriais estão em sua maioria sediados ainda nos estados de São Paulo e do Rio de Janeiro, onde ficam as grandes editoras, ainda que uma pequena parte seja produzida também em outros estados da federação. Galeno Amorim, ex-presidente da Biblioteca Nacional, informa no Observatório do Livro que provavelmente em 2021 o governo vá comprar os livros didáticos e paradidáticos apenas em e-book. E que em 2018 a versão impressa terá perdido a supremacia para a versão digital e se tornará uma opção, como é hoje a versão digital.
A longo prazo, os livros impressos serão um luxo, pois a versão digital será de mais fácil acesso, mais barata e estará disponível no computador ou em qualquer outro veículo onde possa ser armazenada.
Hoje, em 2013, este escritor e professor já viaja com centenas de livros disponíveis no notebook ou no telefone celular, sem que precise carregar malas cheias de volumes como fazia outrora quando passava longas temporadas fora de casa. E nem me refiro aos milhares de títulos disponíveis na internet ou nas livrarias que já vendem livros em formato digital. Os leitores não chegam ao livro pelos autores! Quem lhes diz isso é um escritor e professor! Quem produz leitores são em geral três instituições: a Igreja, a Escola e a Mídia (Rádio, TV, Jornais, Revistas etc.). Infelizmente, a Família brasileira não reconhece a importância estratégica dos livros na educação e na formação dos filhos. Ainda antes de ir à Escola, a criança ouve a leitura! Na Igreja, por exemplo. Em casa, ela ouve menos e não vê ninguém ler! Ainda são raras as famílias que leem para os filhos! Também os professores devem ser preparados para o mundo digital que acaba de chegar! Quem vai conduzir os alunos à leitura digital serão eles de novo, que já fizeram isso no tempo do livro impresso. Novos tempos batem à porta. Vai sobreviver quem se adaptar!(xx) º Da Academia Brasileira de Filologia, escritor e professor, doutor em Letras pela USP (xx).

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