NOME DE POBRE NO BRASIL

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

ETIMOLOGIA DE CHAMPANHE, MÁGICO, TAÇA, PAUTA

Champanha: do Francês champagne, por influência da região chamada Champanhe, a leste de Paris, onde a bebida foi originalmente fabricada. Designa vinho espumante, em geral branco, podendo ser também rosado, quando, por influência do Francês, é mais conhecido como rosé. Vinhos do mesmo tipo, ainda que fabricados em outras regiões, passaram a ser conhecidos pelo mesmo nome e chegaram a outros países. Assim, o Brasil, grande produtor de vinhos, também fabrica champanha.
Mágico: do Grego magikós, pelo Latim magicus, que encanta por realizar feitos cuja lógica desconhecemos, como tirar um coelho da cartola. Há mágicos profissionais, mas os há também amadores, como é o caso do escritor baiano João Ubaldo Ribeiro (72). Em seu livro de memórias, A Sociologia como Aventura, o cientista social paulista José de Souza Martins (75) narra este episódio: “Sem dizer nada, pegou uma laranja e cortou-a ao meio, sem descascá-la. Tirou de dentro da fruta uma nota de um dólar americano, devidamente molhada pelo caldo. Os circunstantes ficaram boquiabertos. (...) João Ubaldo explicou-lhes que Cuba estava perdendo dinheiro. Exportava laranjas a preços ínfimos, quando bastava cortá-las e extrair de dentro o dólar que cada uma continha. Puseram em dúvida o que haviam visto. João Ubaldo cortou outra e tirou de dentro outro dólar. Desafiado, cortou uma terceira e novo dólar saiu de lá. Os cubanos devem estar até hoje procurando entender como é que ele conseguia fazer aquilo. Eu estou.”
Naipe: de origem obscura, provavelmente do Catalão antigo naip. Designa sinal gráfico para distinguir cada um dos quatro grupos das cartas do baralho: ouros, copas, paus, espadas. Aplica-se também na aferição de qualidades de profissionais, separando-os: não são do mesmo naipe, isto é, têm talentos ou valores diferentes. Uma curiosidade dos quatro reis do baralho é que as figuras foram baseadas em soberanos muito conhecidos na História: Davi (1015-975 a.C.), rei de Israel, é o de copas; Carlos Magno (768-814), rei dos francos e imperador dos romanos, é o de espadas; a Alexandre, o Grande (356-323 a.C.), rei da Macedônia e um dos maiores generais da Antiguidade, coube o de paus; e o general romano Júlio César (101-44 a.C.), que jamais foi rei nem imperador, mas teve muito poder, ficou com a carta de ouro. Pauta: do Latim pacta, plural de pactum, pacto, tratado, contrato. Designa lista de assuntos sobre os quais se vão fazer reportagens. Também a pauta musical, conjunto de um a cinco linhas (ou mais) horizontais, paralelas e equidistantes, entre as quais e sobre as quais são escritas as notas, tem origem no mesmo étimo, uma vez que o verbo latino é pangere, cravar, espetar, fixar, marcar. Nos dicionários, são encontrados muitos outros significados, daí lermos: “pauta de exportações”, onde aparece a relação dos produtos; folhas com pautas, para diferenciá-las das folhas brancas destinadas à impressão e não a manuscritos. Na escola antiga, era usado um tipo de caderno cujas linhas semelhavam uma pauta singular. Eram os cadernos de caligrafia, cujas folhas traziam marcados e separados os lugares para as letras minúsculas e maiúsculas, e ainda limitavam a extensão dos caracteres acima e abaixo, de modo a garantir uma boa mancha para o manuscrito. Rádio: da redução de radiofonia, palavra composta de étimos latino, radius, e grego, phoné, voz, som. Designa preferencialmente o conjunto de emissora e receptor, juntos ou separados, obra do engenheiro eletricista italiano Guglielmo Marconi (1874-1937), inventor do rádio e do telégrafo sem fio. Taça: do Persa täsht, bacia, pires, pelo Árabe vulgar tâsa, designando vaso provido de pé, para beber. Tornou-se em muitos contextos sinônimo de copo. Acerca dos dois modelos clássicos de taça de champanha, há uma curiosidade sobre o copo mais largo, apoiado numa haste: o molde teria sido um dos seios da rainha francesa Maria Antonieta (1755-1793). Ela teve destino trágico, ao final de tantas festas regadas a champanha, especialmente no Palácio de Trianon, presente de seu marido, o delfim, que se tornaria o último rei francês sob o nome de Luís XVI (1754-1793): ambos foram decapitados na Revolução Francesa.

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