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quinta-feira, 18 de outubro de 2012

RESULTADOS DO PRÊMIO JABUTI SAÍRAM HOJE, 18 DE OUTUBRO

Enviado por Márcia Abos, de São Paulo - 18.10.2012 | 17h49m Câmara Brasileira do Livro anuncia vencedores do Prêmio Jabuti Nota zero de jurado define ganhadores de melhor romance, e os livros dos jornalistas do Globo Mauro Ventura e Miriam Leitão foram premiados na categoria reportagem Numa reviravolta decidida por um dos três jurados do Prêmio Jabuti, “Nihonjin” (Editora Benvirá), do paranaense Oscar Nakasato, foi o romance vencedor da premiação, uma das mais importantes da literatura brasileira. O “jurado C” — segundo o regulamento do Jabuti, a composição do júri só é divulgada após o prêmio ser entregue — optou por dar notas entre zero e 1,5 a cinco dos dez finalistas. Esses votos definiram o resultado final, surpreendendo o público presente na apuração, realizada ontem na sede da Câmara Brasileira do Livro (CBL), em São Paulo. A avaliação mais baixa do “jurado C” foi para o romance “Infâmia” (Alfaguara), de Ana Maria Machado: notas zero nas categorias enredo e construção de personagens e nota 0,5 na categoria estilo. O romance tinha sido o segundo mais votado na primeira fase do prêmio e, nesta fase final, recebeu cinco notas dez e uma nota 9,5 dos outros dois integrantes do júri, sendo o mais bem avaliado entre todos os outros concorrentes. — Ficamos chocados e desnorteados com as notas zero e meio de Ana Maria Machado — reconhece José Luiz Goldfarb, curador do Prêmio Jabuti, descartando a possibilidade de anulação do prêmio. — Não me senti confortável em questionar o voto do jurado C após a apuração. Se crio uma regra e dou a ele as cédulas para votar, não posso questionar a soberania de um voto feito dentro do regulamento. Dar as notas que bem entender é um direito do jurado, ainda que como curador eu não concorde com a estratégia que ele adotou. Não considero o jurado C adequado ao prêmio, ele usou uma falha minha e abusou do poder que tinha. Vou reavaliar sua participação. Mas não posso mudar o resultado. Ele é inquestionável e não pode ser anulado. O “jurado C” também deu notas até 1,5 para obras de Wilson Bueno (o mais bem votado na primeira fase), Luciana Hidalgo, Paulo Scott e Menalton Braff. Ele ainda deu notas cinco para Domingos Pellegrini, e entre 9,5 e dez para Julián Fuks. Ana Maria Machado disse que não sabia das notas e não cabia a ela opinar sobre o caso: — O único que posso dizer é que o grande julgamento é do leitor. É ele que sabe se gosta ou não do personagem. Um jurado é um leitor com poder neste momento, mas é só mais um leitor. O segundo e terceiro lugar da categoria romance foram respectivamente para as obras “Naqueles morros, depois da chuva” (Hedra), de Edival Lourenço, e “Estranho no corredor” (Editora 34), de Chico Lopes. A obra vencedora foi publicada graças ao Prêmio Benvirá, que escolheu o romance do desconhecido Nakasato entre 1.932 concorrentes. É o primeiro romance do professor de Ensino Médio e graduação. — Prêmios são subjetivos. Meu livro foi inscrito no Prêmio São Paulo de Literatura e não chegou a lista de finalistas. Fosse outra a comissão julgadora do Jabuti, o resultado seria totalmente diferente — disse o escritor. — Estava na fila do caixa do supermercado com minha mulher quando recebi a notícia. Não esperava, pois sei da qualidade dos outros autores que estavam no páreo. Thales Guaracy Ferreira, diretor editorial de ficção e não ficção da editora Saraiva, da qual faz parte o selo Benvirá, afirma que não questiona a premiação, pois ela “tem condições de sustentar suas própria decisões”. — Parabenizo ao jurado, seja ele quem for, por dar ao Brasil a oportunidade de descobrir um grande autor — disse Ferreira. — Assim como esse jurado, nossa editora tem preferido publicar autores novos em vez medalhões. Não por ideologia, mas simplesmente porque os originais que recebemos destes escritores estreantes são melhores do que os dos consagrados. Até o ano passado, os jurados do Jabuti só podiam dar notas de oito a dez aos finalistas. Segundo Goldfarb, a regra foi mudada este ano porque alguns jurados davam notas menores do que oito, implicando sua anulação. O curador diz que em 2013 o prêmio poderá voltar à regra antiga ou ter quatro jurados, descartando as notas mais baixas: — Me causa algum alívio saber que as obras vencedoras foram bem pontuadas pelos outros dois jurados. Tínhamos dez ótimos finalistas. O livro “Saga brasileira: a longa luta de um povo por sua moeda” (Record), da colunista do GLOBO Míriam Leitão, foi o vencedor da categoria reportagem do Jabuti. Na obra, Míriam traça um panorama da história econômica do país nos últimos anos, da hiperinflação até a estabilização da moeda com o Plano Real. Outro jornalista do GLOBO, o repórter Mauro Ventura, do Segundo Caderno, conquistou o terceiro lugar na mesma categoria com “O espetáculo mais triste da Terra” (Companhia das Letras), que reconta a trágica história do incêndio do Gran Circo Norte-Americano, em 1961, em Niterói. “O cofre do Dr. Rui” (Civilização Brasileira), de Tom Cardoso, foi o segundo colocado. Míriam, que está no interior de Minas Gerais fazendo uma reportagem, ficou emocionada ao saber da vitória e diz ter levado um susto com o anúncio do prêmio. — Estou muito honrada. Não tinha criado expectativa sequer de ser finalista e quando vi os concorrentes desta fase achei que seria muito difícil. Sonhei muito com este livro e o escrevi querendo muito explicar ao leitor essa saga que foi a luta contra a inflação — contou ela. Outros premiados incluem “Alumbramentos” (Iluminuras), de Maria Lúcia Dal Farra, na categoria poesia; “O destino das metáforas” (Iluminuras), de Sidney Rocha, na categoria contos e crônicas; “Benjamin: Poemas com desenhos e músicas” (Melhoramentos), de Biagio D'Angelo (infantil); e “A mocinha do Mercado Central” (Globo), de Stella Maris Rezende (juvenil). O primeiro lugar de cada categoria receberá R$ 3.500 e um troféu na premiação de 28 de novembro, quando também serão conhecidos os prêmios de Livro do Ano de Ficção e de Não Ficção. Confira abaixo a lista dos ganhadores das principais categorias: Romance “Nihonjin” (Saraiva), de Oscar Nakasato “Naqueles morros, depois da chuva” (Hedra), Edival Lourenço “Estranho no corredor” (34), de Chico Lopes Reportagem “Saga brasileira: a longa luta de um povo por sua moeda” (Record), de Miriam Leitão "O cofre do Dr. Rui" (Civilização Brasileira), de Tom Cardoso "O espetáculo mais triste da Terra" (Cia das Letras), de Mauro Ventura Biografia “Fernando Pessoa: uma quase autobiografia” (Record), de José Paulo Cavalcanti Filho "Claudio Manuel da Costa" (Cia das Letras), de Laura de Mello e Souza "Antonio Vieira" (Cia das Letras), de Ronaldo Vainfas In memoriam - “Eu vi o mundo” (Cosac & Naify), de Cícero Dias Contos e crônicas “O destino das metáforas” (Iluminuras), de Sidney Rocha “O anão e a ninfeta” (Record), de Dalton Trevisan “O livro de Praga” (Cia das Letras), de Sérgio Sant'Anna Infantil “Benjamin: Poemas com desenhos e músicas” (Melhoramentos), de Biagio D'Angelo “O herói imóvel" (Rovelle), de Rosa Amanda Strausz "Votupira, o vento doido da esquina" (SM), de Fabrício Carpinejar Juvenil “A mocinha do Mercado Central” (Globo), de Stella Maris Rezende “A guardiã dos segredos de família”, (SM), de Stella Maris Rezende “As memórias de Eugênia” (Positivo), de Marcos Bagno Poesia “Alumbramentos” (Iluminuras), de Maria Lúcia Dal Farra "Vesuvio" (Cia das Letras), Zulmira Ribeiro Tavares "Roça barroca" (Cosac & Naify), Josely Vianna Baptista

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