NOME DE POBRE NO BRASIL

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

O REI SALOMÃO ESTEVE NO BRASIL? DEONÍSIO DA SILVA *
Meme, do Grego mneme, memória, palavra criada pelo biólogo Richard Dawkins, designa algo propagado como um vírus abundantemente, como se deu, antes da internet, com o famoso comercial de Washington Olivetto, presente também no livro O primeiro a gente nunca esquece , do qual sou coautor, com a crônica O primeiro apagão a gente nunca esquece, publicada na revista ÉPOCA, quando dirigida por Augusto Nunes. “Sutiã” foi substituído para formar novos significados para a expressão. Memes partilhados no Facebook vêm comentando vestígios da presença dos fenícios no Brasil, comprovada em inscrições e pinturas em rochedos nos estados do RJ, PI e AM. Ali foram identificados caracteres babilônicos, etruscos, gregos, latinos e até hieróglifos egípcios. O filólogo francês Henrique Onffroy de Thoron, no livro Viagem dos Vassalos de Salomão ao rio Amazonas, assegura ter encontrado nas amostras grande semelhança entre as línguas citadas e o hebraico, o tupi e o quíchua, idioma do outrora poderoso império inca, no Peru. Também o pesquisador austríaco Ludwig Schwennhagen (chamado popularmente professor Chovenágua) e o cônego Raimundo Ulisses de Pennafort, cearense, documentaram abundantemente esta presença. Os resquícios do Hebraico em algumas palavras que o Brasil acrescentou ao Português estão também em nomes de lugares, até então atribuídos ao tupi, ao guarani e a outras línguas dos índios brasileiros. Bem, a designação de “índio” para o habitante do Brasil, como sabemos, já é fruto de um engano homérico, pois os navegadores achavam ter chegado às Índias. Francisco da Silveira Bueno, professor da USP, em seu Grande Dicionário Etimológico-Prosódico da Língua Portuguesa, diz que é controversa a origem tupi de Maceió, explicada como ma-sai-ó, coisa extensa. Talvez venha do Hebraico Maassiôt (Maceió), narrativa lendária; Retsif (Recife, dado como do árabe arrasif, estrada de pedra) é ancoradouro; Beith Lehem (Belém) é padaria. O historiador Diodoro da Sicília (séc. I a.C.) escreveu que navegadores fenícios foram levados por fortes tempestades para uma ilha muito além das colunas de Hércules (Gibraltar), onde encontraram muito ouro. Em 565, um monge irlandês a descreveu, dando-lhe o nome de HY Brazil. Até o nome “Brasil” pode ter vindo do hebraico Barzel, pau-ferro, que dava também a tintura para a veste dos poderosos, e foi levado junto a muito ouro por navegadores fenícios a serviço do rei Salomão (fins do primeiro milênio a.C.) para construir o templo de Jerusalém. Lemos no capítulo 10 do I Livro dos Reis que a rainha de Sabá, negra, “chegou a Jerusalém com camelos carregados de ouro e de pedras preciosas”. Ela, encantada pela sabedoria dele. Ele, pela beleza dela. E talvez também pela carga dos camelos. Na oportunidade, ela o presenteou com mais de 4.000 kg de ouro, em medida antiga. (xx) • Da Academia Brasileira de Filologia (cadeira 33), Doutor em Letras pela USP, escritor e Vice-reitor da Universidade Estácio de Sá, autor de Lotte &Zweig, entre outros 33 livros.

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