NOME DE POBRE NO BRASIL

domingo, 12 de maio de 2013

VICE-REITOR: AGORA SOU EX (CONTINUO DIRETOR DA TV ESTÁCIO E DIRETOR DE RELAÇÕES INSTITUCIONAIS)

(Revi o texto anterior, acrescentando alguns parágrafos, sugeridos por amigos). Mutatis mutandis, não é outro o caminho! Alguns o fazem chutatis chutandi. Não, nós, professores! Nós temos todo o cuidado do mundo com o único bem que não pode ser saqueado: nossos saberes. Alguém pode se dar muito bem e ficar rico do dia para a noite, em curto prazo. Mas continuará a ser o que sempre foi. E se é ignorante, néscio permanecerá. O saber é obra para a qual a vida inteira é insuficiente. Muita gente me pergunta o que vou fazer na Estácio doravante. Por isso, como sempre tenho sido uma das vozes da Estácio na mídia, com presença frequente por força de projetos de domínio conexo entre meus ofícios de professor e escritor, resolvi publicar essas linhas a quem interessar possa. Antecipo neste resumo que meu convívio na Casa é motivo para que desempenhe meu trabalho com alegria na Estácio, onde tenho bons amigos entre diretores, professores, alunos e funcionários. Nosso ambiente de trabalho e é bom e enseja que vivamos em plenitude a frase que um dia vi, em Francês (Je ne fais rien san gaieté) à porta da famosa Biblioteca de José Mindlin, hoje na USP, pois ele a doou para a universidade onde ele fez seu Curso de Direito, no memorável Largo São Francisco, em São Paulo: “não faço nada sem alegria”. A frase é inspirada em Montaigne. Há alguns dias deixei a Vice-reitoria de Extensão, Cultura e Educação Continuada da Universidade Estácio de Sá. Estou passando os projetos em andamento à minha sucessora, Cipriana Nicolitt Cordeiro, pessoa agradável, culta, de bom convívio universitário. Já tivemos os primeiros encontros e espero que sejam muitos, pois alguns projetos são a menina dos olhos de nossa Casa. E Cipriana mostrou-se entusiasmada em prossegui-los, alguns dos quais ainda em gestação, como é natural. Sai um Doutor em Letras, entra uma Doutora em Direito. São muito saudáveis essas substituições. Sou contra prorrogações infindáveis nos cargos. SOMOS professores, ESTAMOS nos cargos. Estou na Estácio há dez anos, onde pretendo continuar por muitos mais. Já fui Diretor do Instituto da Palavra, Diretor do Curso de Comunicação Social (com Hugo Santos e José Laranjo Duarte, meus colegas e amigos), Vice-reitor de Pós-graduação, Vice-reitor de Cultura, Coordenador Geral do Curso de Letras, Coordenador local do curso de Letras no Recreio (nota 4 na avaliação do Mec numa escala de 5, o que para uma universidade privada é muito boa nota), Coordenador das aulas teletransmitidas de Língua Portuguesa on-line, disciplina cuja implantação em todos os cursos da Estácio liderei ainda no tempo em que Dr. João Uchôa era quem determinava nossos rumos; Coordenador do Projeto Rio+Hospitaleiro (2010), premiado pelo ministério do Turismo como exemplos de boas práticas; enfim são todas coisas a considerar. Vejo um grande futuro atrás de mim, a que chamamos passado, mas que um dia foram futuro, pois foram projetos. ENFIM, SOU EX DE TUDO ISSO E MUITO MAIS. E vejo para breve um outro bom passado, quando as coisas futuras, já em andamento, acontecerem. Como São Paulo, procurei combater o bom combate e guardar a fé: a fé no poder da educação, nas relações de sentido, não nas relações de poder. Como sou de Letras, proclamo com conhecimento de causa: uma palavra dita ou escrita na hora certa e precisa, do modo adequado, por quem souber manejá-la, pode mudar tudo ou consolidar o bom! Meu lema nos cargos que ocupei é o binômio CONVERSA CLARA + TRATO JUSTO. Combinou, aceitou, faça! Sou orgulhoso do principal patrimônio acumulado nesses anos, na universidade e no Rio: a amizade. Um amigo é um tesouro e onde está nosso tesouro, ali está nosso coração. Doravante vou ler e escrever mais, vou ampliar meus trabalhos com a Bandews e com o Dicionário Caldas Aulete (limitados a tão pouco tempo por semana) e prosseguir com um projeto de pesquisa que já dura mais de vinte anos, cujos resultados são periodicamente publicados, revisados e atualizados nos livros de Etimologia. Foi esse projeto que me levou à Academia Brasileira de Filologia. Quem sabe doravante possa ter mais tempo para o agradável convívio com meus pares. Naturalmente, espero também que enfim me sobre mais tempo para escrever novos livros. Todos ganharemos com isso, inclusive a Estácio! A universidade pública faz um ato de burrice medonha ao deixar sem nenhum estímulo para continuar ali o professor que selecionou por concurso público, conheceu tão bem, no qual apostou e ajudou até que ele ficasse Doutor. Fazer o quê? As universidades privadas estão sabendo aproveitar pessoas aposentadas, que continuam no esplendor de sua produção intelectual, mesclá-las a jovens promissores e unir experiência, própria dos velhos, e inovação, própria da juventude. A mistura é alvissareira! E vamos sempre contrariar a frase famosa de Roberto Campos (também ele, como eu e tantos outros, ex-seminarista): a burrice no Brasil tem um passado glorioso e um futuro promissor! O que precisa ter um futuro promissor é a inteligência, pois já tem um passado do qual pode muito se orgulhar! Erramos? Muito! Mas só não tropeça quem não caminha! Pra frente, moçada! O sonho pode estar ali na esquina. E, se não estiver, a gente procura outra padaria! Enfim, mutatis mutandis, não é outro o caminho! Alguns o fazem chutatis chutandi. Não, nós, professores! (xx)

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