NOME DE POBRE NO BRASIL
sábado, 6 de abril de 2013
OS VERSOS BRASILEIROS DE MAIAKÓVSKI
Esse negócio de repetir como papagaio tem um exemplo emblemático. Em 1970, Roberto Freire deu, sem querer, autoria errada a uns versos de Eduardo Alves da Costa, poeta de Niterói, cujos livros estão reunidos em "No Caminho, com Maiakóvski" (Geração Editorial). Ele ou a editora atribuiu a autoria ao poeta homenageado no título. Os versos tinham sido publicados dois anos antes, em plena repressão da ditadura militar: "Na primeira noite, eles se aproximam/ E roubam uma flor/ Do nosso jardim./ E não dizemos nada./ Na segunda noite, já não se escondem:/ Pisam as flores,/ Matam nosso cão, / E não dizemos nada./ Até que um dia, / O mais frágil deles/ Entra sozinho em nossa casa,/ Rouba-nos a luz,e,/ Conhecendo nosso medo,/ Arranca-nos a voz da garganta./ E já não podemos dizer nada."
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Os "citadores" profissionais têm o dom de me irritar. Quase sempre posso escutar o ranger das gavetas do arquivo de citações que mantém no cérebro à procura de uma que se encaixe na conversa da qual participam. Mas por vezes chegam a divertir: minha prima tinha um motorista que lia tudo que lhe caia nas mãos. Um dia em que nos levava a Cabo Frio ao escutar que nos referíamos à Itália proferiu esta pérola: as senhoras sabem que lá existe uma cidade onde só circulam Dodges?
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