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terça-feira, 28 de agosto de 2012

DE ONDE VIERAM AS PALAVRAS PENTE, ZEBU ETC

Revista CARAS | 29 de Julho de 2011 (EDIÇÃO 925 - ano 18) O pente, utensílio indispensável à estética e ao cuidado com os cabelos por homens e mulheres, veio do latim pectinem, com origem remota no grego péktós. Zebu, que designa várias raças de gado da Índia, como gir, nelore e guzerá, teve origem no francês zébu.
Autoria: de autor,mais o sufixo ia, comum na formação de palavras derivadas. Nem sempre é fácil identificar e fixar com precisão a autoria, seja de crimes, seja de livros. No caso desses últimos, o que vale é o original, o manuscrito, mas nem sempre eles existem. Da obra do dramaturgo inglês William Shakespeare (1564-1616) restaram apenas versões. Assim, em Otelo temos os adjetivos “indiano” e “judeu” aparecendo em textos francamente racistas, como demonstra o escritor e jornalista canadense Stephen Marche (35) em How Shakespeare Changed Everything (Como Shakespeare Mudou Tudo), ainda inédito em português. Circadiano: do latim circa diem, cerca de um dia, período de 24 horas, designando também o processo rítmico que ocorre no organismo todos os dias mais ou menos à(s) mesma(s) hora(s), independentemente de fatores sincrônicos externos. É o hipotálamo, localizado na nuca, que regula esse ritmo, de acordo com a luminosidade captada por nossos olhos. Mudou muito esse processo desde a invenção das primeiras fogueiras, há cerca de 500000 anos, e da descoberta dos óleos carburantes. Mas principalmente após a invenção da luz elétrica, que o alterou mais no último século do que em toda a história humana. Todavia, em meados do século XVII, várias cidades europeias, entre as quais Paris e Londres, implantaram redes de iluminação pública com lampiões a óleo. Até então, os moradores é que iluminavam a frente das casas com archotes, velas, lampiões. Escuridão: do latim vulgar obscuritudine, de escuro, do latim obscurus. Foi tenebrosa companheira da Humanidade por milênios. Na maioria dos países europeus a iluminação pública teve como principal argumento o combate aos criminosos, menos em Portugal, cujo Senado, em 1689, não aprovou projeto de iluminar as ruas porque os bandidos enxergariam melhor as vítimas. Fóssil: do latim fossile, tirado da terra, declinação de fossilis, ligado a fossa, fossa, cova, pelo francês fossile. Como substantivo, designa preferencialmente vestígio ou resto petrificado ou endurecido de seres vivos que habitaram a Terra antes do holoceno, conservados em depósitos sob a crosta terrestre. Nas escavações podem ser preservadas suas características essenciais, deduzidas do material encontrado. Como adjetivo, por metáfora, passou a designar o indivíduo retrógrado. Às vezes aconteceram grandes equívocos na procura de fósseis. Heródoto (século V a.C.) relata que na parte ocidental da Cítia, no Mar Negro, foram encontradas as ossadas de grifos, monstros de quatro patas, com cabeca de leão e bico de ave de rapina. Nas escavações da Antiguidade, gregos e romanos procuravam esqueletos de heróis míticos, como Ajax, Teseu e Orestes. Pente: do latim pectinem, depois pentem, utensílio indispensável à estética e ao cuidado dos cabelos por homens e mulheres, consistindo de uma haste à qual estão presos vários dentes. A origem remota é o grego péktós, fixado, compacto, espesso, coagulado. Presta-se à expressão “passar um pente fino”, isto é, procurar, pesquisar, uma vez que ao pentear os cabelos com pente fino nenhum dos fios pode vir junto a outros, todos são separados e arrumados. Nos anos de após-guerra, designou também um carro pequeno, criado por um designer húngaro e inspirado nos modelos alemães. Muito bem recebido no lançamento, em 1946, por custar a metade do então menor carro do mundo, o Topolino, no ano seguinte sua produção foi suspensa porque as reservas húngaras de petróleo se esvaziaram. Zebu: do francês zébu, designando gado da Índia que compreende várias raças, entre as quais o sindi, o gir, o guzerá, o guzerate e o nelore. O gado vindo da Ásia é conhecido pelo nome latino bos indicus e aquele que procede da Europa é o bos taurus. Os cruzamentos havidos, agora que eles são usados mais como alimento do que força de trabalho, têm o fim de prover o abate em idade mais tenra e melhorar a maciez da carne. A dificuldade que os touros europeus tinham, por causa do calor, em cobrir as fêmeas zebuínas foi resolvida com a inseminação artificial.

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