NOME DE POBRE NO BRASIL
domingo, 1 de julho de 2012
FAZEMOS TUDO EM PORTUGUÊS!
O ensino de língua portuguesa poderia resolver alguns dos mais graves problemas brasileiros, se levássemos os alunos a gostar da língua portuguesa, afinal ela é a nossa mãe e é com ela que estudamos todas as outras matérias!
A primeira providência para melhorar o ensino, que precede qualquer reciclagem dos professores e de seus métodos, é garantir-lhes um salário que lhes permita viver com dignidade.
Até mesmo políticos egressos da universidade, que tanto falam em remunerar melhor o professor, deram poucas aulas quando lá estavam! Convém discerni-los daqueles que defendem há décadas a qualidade de ensino, sem usar essa bandeira para reivindicar cargo algum! Enquanto isso a maioria das universidades federais está em greve e as autoridades da República se comportam como se nada tivessem a ver com a situação, que é dramática!
O Brasil tem uma das oito melhores economias do mundo, mas seu ensino está travado há décadas em lugares incompatíveis com a sua pujança. Basta lembrar uma constatação do IBGE: 75% dos brasileiros alfabetizados não entendem o que leem. Mas por que tantos alunos deixam escolas e universidades sem saber ler?
O professor José Hildebrando Dacanal, mesmo vindo da área de Economia e de Literatura Brasileira – seu doutorado foi sobre Grande Sertão: Veredas, e é dele um dos melhores estudos sobre João Guimarães Rosa – se bate há décadas contra uma hegemonia de ensinar errado o Português nas escolas.
Suas conhecidas diatribes estão resumidas num livrinho precioso. É Linguagem, Poder e Ensino da Língua, agora em 5ª edição pela Editora Leitura XXI, com prefácio do igualmente professor e Doutor em Letras, Cláudio Moreno, integrante da equipe que na Universidade Estácio de Sá implantou um modelo de Língua Portuguesa à distância.
Um de seus parágrafos mais interessantes e mais polêmicos está na p.113: “Nos serviços de espionagem é fundamental – para cifrar e decifrar – reduzir uma língua, quando empregada em código, às suas estruturas elementares. Tanto para montar códigos quanto para decifrar os do inimigo, sempre através de jogos combinatórios constantes. É um jogo de gato e rato que a rapidez de processamento dos computadores tornou frenético.”
Dacanal acha que reduzir o ensino de línguas a isso é uma pobreza! Mas nem esse objetivo está sendo alcançado, quanto mais o de fazer com que os alunos sejam capazes de degustar um conto, uma crônica, uma poesia, um trecho de romance. Escritores referenciais foram banidos do convívio com os alunos!
Hoje, a maioria das escolas termina por onde um dia outras gerações começaram: ler e escrever corretamente, utilizando o domínio da norma culta para ascensão profissional e social, pelo menos.
A situação é alarmante, embora seja necessário reconhecer que está piorando menos de uns anos para cá. (xx)
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