NOME DE POBRE NO BRASIL
sábado, 4 de outubro de 2014
O FUTURO NÃO ABRE A PORTA ANTES DA HORA
Por que eu perderia para um bêbado, um cotó e um aleijado?”.
Fevereiro de 1942. Adolf Hitler, então com 52 anos, era vegetariano, não fumava, estava com saúde de ferro e se referia aos líderes das três grandes potências que enfrentavam a Alemanha na Segunda Guerra Mundial.
O bêbado era Winston Leonard Spencer-Churchill, de 68 anos, primeiro-ministro inglês, carnívoro que bebia, fumava e posava para fotos de charuto aceso.
Com o braço esquerdo mais curto do que o direito por causa de um ferimento ocorrido em seus verdes anos, comendo, bebendo e fumando muito, o cotó era o georgiano Iossif Vissarionovitch Djugatchvli, mais conhecido por Josef Stalin, de 63 anos, supremo comandante da Rússia, depois União Soviética.
O aleijado era o presidente dos EUA, o norte-americano Franklin Delano Roosevelt, de 60 anos, que usava cadeira de rodas ou era carregado por assessores por causa de uma poliomielite contraída aos 39 anos
Quando a famosa frase foi proferida, já fazia três anos que Hitler assustava o mundo inteiro com suas vitórias retumbantes. Naquele mesmo mês, aliás, vivendo refugiado em Petrópolis, no Rio, o escritor judeu-austríaco Stefan Zweig morria em companhia de sua amada Lotte, num duplo suicídio que sempre me pareceu duplo assassinato.
Hoje é dia de eleições presidenciais. Os institutos de pesquisa anunciam um dom que não têm, o da profecia. Já erraram feio outras vezes. No dia da eleição de Harry Truman, o presidente dos EUA que acabou com a Segunda Guerra Mundial, a manchete de alguns jornais foi: “Dewey defeats Truman” (Dewey derrota Truman).
Ora, direis, isso foi em 1948 e nos EUA. Mas no Brasil de 2014 estão no poder vários governadores que, segundo pesquisas feitas às vésperas de sua eleição, em 2010, nem iriam para o segundo turno.
Portanto, neste domingo, votemos. E aguardemos. Como no futebol, o jogo só termina quando o juiz dá o apito final. Sim, este jogo cívico também tem juiz!
º da Academia Brasileira de Filologia, professor e escritor, colunista da Rádio Bandnews (RJ) e diretor-adjunto da Editora da Unisul (SC).
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Nestes quase 85 anos se há uma verdade que aprendi é a contida no título desta sua crônica. Valeu em 1948 (eu assisti!) e vale agora.
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