Wikileaks, uma palavra composta, está na ordem do dia. Wiki, para todos, como existe a Wikipedia, uma enciclopédia livre, onde todos podem colaborar dando informações que todos podem também consultar. Isto é, todos os que têm computador e banda larga. E leak, vazar, em inglês. Significa também mijar, mas aqui o sentido é divulgar informações confidenciais. Por causa do Wikileaks, o jornalista australiano Julian Assange é notícia no mundo inteiro. Até no Brasil.
Digo até no Brasil porque em português as coisas demoram mais a chegar a todos. Aqui o palhaço Tiririca foi eleito deputado federal por São Paulo, o mais avançado estado da federação, e antes de ser diplomado teve que provar que sabe ler e escrever. É esse tipo de gente que faz leis para o cidadão leitor, eleitor ou não, cumprir!
Poucos leem em português. Dos poucos que leem temos que descontar aqueles que não entendem o que leem. As provas de ENEM, ENADE e congêneres demonstram isso com uma frequência aterradora.
Mas o que faz Julian Assange para merecer a atenção do mundo? Em dezembro de 2006, ele fundou uma organização transnacional, sediada na Suécia, que faz o seguinte: posta documentos, fotos e vídeos confidenciais vazados do mundo inteiro.
No portal da Wikileaks você encontra de tudo. Desde um vídeo que mostra soldados americanos matando de propósito civis iraquianos num ataque aéreo até a execução de civis por forças do governo que deveriam protegê-los.
Em julho de 2010, o Wikileaks irritou o governo dos EUA, especialmente a secretária de Estado, Hillary Clinton, porque vazou documentos secretos sobre a Guerra do Afeganistão.
No dia 28 de novembro deste ano, publicou um pacote de telegramas secretos de embaixadas e do governo americano. Foi quando a coisa chegou ao governo brasileiro. Pelo jeito vai sair muito mais.
Todavia já se sabe que Nelson Jobim, atual ministro da Defesa, que já declarou em público e foi gravado quando disse isso, que incrustou na Constituição alguns artigos que ninguém mais sabe quais foram, e que não foram votados, apareceu num despacho do embaixador dos EUA no Brasil dizendo que Evo Morales, presidente da Bolívia, tem um tumor no cérebro e que isso explica certas dificuldades que vem tendo para falar. Disse também que há uma briga de diplomatas no Itamaraty. Que uns são muito contra os EUA, deixando entredito que os afagos no ditador do Irã são apenas a ponta de um iceberg para outras confusões.
O Wikileaks não passa de um portal de fofocas, dizem seus críticos. Pode ser verdade, mas são fofocas que estão tirando o sono de governantes no mundo inteiro.
Bertolt Brecht, pensando sobre a guerra, escreveu estes versos: “O homem, meu general, é muito útil:/Sabe voar e sabe matar/ Mas tem um defeito:/ Sabe pensar”. Os versos estão citados no portal.
Ninguém faz nada sem gente qualificada! E entre civis, militares ou eclesiásticos, sempre haverá alguém capaz de contar o que todos queriam saber, mas era segredo guardado a sete chaves. (xx)
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