NOME DE POBRE NO BRASIL
quarta-feira, 4 de janeiro de 2017
SEQUESTRO DE GUILHERMINO CÉSAR, Ao completar setent' anos
Achei tão bonita, ética e sincera a crônica de Adriana Sydor, minha amiga de infância desde antes de ontem, por artes de um amigo de décadas, o Fabio Campana, que resolvi desencavar este poema de Drummond que poucos conhecem. Vai para você, Adriana querida:
"Assim roubaremos Guilhermino César ao País do Rio Grande/
e o transportaremos ao País da Memória,/
país de cafés-sentados e redações não eletrônicas de jornais,/
de repartições públicas onde se cumpria o destino de literatos sem pecúnia,/
autores de discursos que jamais pronunciaríamos,/
pois os concebíamos para outros pronunciarem/
no majestático palanque do Poder,/
enquanto refocilávamos em orgias/
com a ninfa de coxas de espuma e seios-orquídea/
chamada Literatura/
nosso maior amor e perdição".
(Quando nosso querido professor Guilhermino César, orientador de minha dissertação de mestrado na UFGRS, fez 70 anos, em 1978, Drummond fez-lhe um poema que agora está na p. 1292 de sua Poesia Completa, publicada pela Editora Nova Aguilar, em 2003).
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