NOME DE POBRE NO BRASIL

domingo, 9 de outubro de 2016

"O POVO É SOBERANO! EDUQUEMOS O SOBERANO!" (Sarmiento).

Nossas escolas desabam nos indicadores nacionais e internacionais que medem a qualidade. O aluno não entende o que lê, escreve errado (principalmente ortografia e sintaxe) e defende a ignorância? Não faz mal! Há indulgências plenárias para isso em escolas e universidades. Se assim procedem, os professores estão enganando os alunos. E todos vão para o brejo das almas. Os mestres obtiveram seus empregos utilizando uma língua que agora não ensinam? Ora, no Brasil, é com a LÍNGUA PORTUGUESA que são ensinadas todas as disciplinas. Por isso, o ensino desta língua é estratégico! Depois que, por exemplo, o aluno aprende ortografia, ele pode, com a ajuda de mestres qualificados, ir além, e aprender que existem muitas variantes para o que ele diz e escreve, no Português e em outras línguas. MAS, DEPOIS, NÃO ANTES. Do contrário, ele pensa que tanto faz...
Nós escrevemos LIVRO, mas a maioria de nossos vizinhos escreve LIBRO. Porque sua língua é o Espanhol. As duas línguas tomaram o étimo do Latim LIBER. Assim como fez o Italiano, que escreve LIBRO. O Francês, da mesma família, escreve LIVRE. O Romeno escreve CARTE, porque o étimo é outro: o Latim CHARTA, do Grego KHARTÉS, folha de papiro, que deu CARTA em Português, com outro significado. No Inglês é BOOK. No Alemão é BUCH. No Holandês é BOEK. No Dinamarquês é BOG. Há razões para estas diferenças. Nestas últimas línguas, o étimo remoto tem a ver com CARVALHO, madeira de que era feita a ferramenta para escrever. Esta ferramenta chamava-se STYLOS, em Grego, e STILUS, em Latim, que deu ESTILO em Português, mudando de significado para designar o modo de escrever. Porque com esta varinha, de metal ou de madeira, tirava-se o excesso de palavras nas lousas, do Latim LAUSIA, a pedra de ardósia onde se escrevia, ou na TABULA, o étimo remoto de TABLET. Nas línguas neolatinas, o étimo remoto de LIVRO e LIBRO indica a película entre a casca e a árvore, utilizada originalmente como PAPEL, cujo étimo é o Latim PAPYRUS, papiro, o arbusto do Egito utilizado para fazer velas de navio e para escrever, que, por sua vez, veio do Grego PÁPYROS. Este material, embarcado no porto fenício de BIBLOS, vinha para a Grécia. Esta palavra deu BÍBLIA, BIBLIOTECA, BIBLIOGRAFIA. Como se vê, numa simples nota de Facebook, pode-se dar uma ideia de que ensinar não é ofício simplório e que não é baixando o nível que você democratiza o saber. Seria melhor preparar os alunos o curso superior que escolheram. Mas muitos podem querem fazer outra coisa, um curso técnico, por exemplo. Há muitos ofícios para os quais não é necessário um curso superior! Não é abrindo a universidade para despreparados que nós vamos qualificá-los. Não adianta. Lá adiante a sociedade e o mercado vão rebaixá-los, começando por diminuir a remuneração! Mas, se o aluno chegou à universidade, aproveitemos a oportunidade e nos comportemos como médicos na UTI: o projeto é não deixar morrer nenhum! Para isso, vamos recorrer à didática, do Grego DIDAKTIKÉ, a arte de ensinar. É uma arte! Estou com Miguel de Unamuno, o reitor da Universidade de Salamanca: "A universidade é um templo e eu sou seu sumo sacerdote". O templo é sagrado, respeitemos os sacerdotes. O povo é soberano. Eduquemos o soberano.

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