NOME DE POBRE NO BRASIL
domingo, 22 de dezembro de 2013
DE RICARDÃO A PATRICINHA: NOMES PRÓPRIOS QUE VIRARAM COMUNS
1) Ricardão designando amante ou caso eventual, P.A. etc: o caso zero foi em Guarujá, nos anos 80, no litoral paulista. Um rapaz de porte atlético "atendia" mulheres desacompanhadas, em férias na praia, enquanto os maridos diziam que tinham trabalho em São Paulo e, na verdade, estavam namorando outras (me geral secretárias, estagiárias etc.), aproveitando a súbita e periódica solteirice.
2) Patricinha: O caso zero foi de Patrícia, filha de uma socialaite carioca. A menina era carinhosamente chamada Patricinha, era rica e se vestia bem. Seu namorado chamava-se Maurício, que virou...
3) Mauricinho, por ter hábitos semelhantes aos dela no vestir-se bem.
4) João-ninguém designando pobretão. Desde os primeiros séculos por João ser um dos nomes mais comuns, como era também o caso de José, e haver muitos pobres chamados João, que não tinham posto algum, nem emprego nem renda, não eram "alguém", então eram João-ninguém;
5) Maria gasolina designando menina interessada em quem tivesse carro, depois em quem tivesse carros bonitos, depois isso passou porque todos têm carro, até gente muito pobre, pois nos últimos anos, com a estabilização da economia e controle da inflação, o crédito aumentou e houve distribuição de renda e financiamento de veículos em até 84 meses!
6) maria-fumaça designou as primeiras locomotivas, surgidas no Brasil no século XIX. A primeira delas ia do Rio a Petrópolis e foi obra do Barão de Mauá.
7) Maria vai com a outras designando mulher sem personalidade, sem vontade própria. O caso zero é o da rainha Maria I, a Louca. Depois de mandar esquartejar Tiradentes, a cada dia pior, para sair de casa era levada por criadas, todas chamadas também Maria. Então, a soberana Maria só saía de casa com outras Marias, era uma Maria que ia com as outras (Marias).
Mais dessas histórias, para mim apaixonantes, nas colunas semanais de etimologia na da Caras e nas minhas crônicas na BandNews Fluminense, com Ricardo Boechat, às 10h todas as 5as. feiras, e com Pollyanna Bretas, às 2as e 4as., às 20h25.
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