NOME DE POBRE NO BRASIL

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

CURIOSIDADES ETIMOLÓGICAS: LARÁPIO, ERRO CRASSO, BOICOTE ETC.

Tira-gosto de DE ONDE VÊM AS PALAVRAS (Editora Lexikon, com apoio editorial da Unisul e da Oficina das Palavras). 1. L.A.R.APIUS, por exemplo, era como assinava um juiz ladrão as sentenças que vendia na Antiga Roma. 2. Foi al-Kharizm o matemático que inventou os algarismos. 3.E al-Faráb o persa que guardava antigos manuscritos. 4. O general Crasso cometeu o primeiro erro crasso. 5.Charles Boycott inventou o boicote. 6. O alemão Ferdinand von Zeppelin deixou seu nome no zepelim. 7. Um militar chamado Filipe ensejou a palavra filipeta. 8. Tripalium designava instrumento de tortura, de três paus. 9. Alumnus, aluno, e alere, alimentar, são palavras do mesmo étimo. 10. Salário veio de salarium, pagamento feito em sal. 11. Alvará veio do árabe al-baraat, e quer dizer quitação. 12. Tragédia procede de trágos, bode, em grego, porque nos rituais a deuses pagãos sacrificavam-se bodes. 13. Você embarca em navios, ônibus, trens, metrôs, aviões, carros, mas a barca do étimo permaneceu. 14. O grego haîma, sangue, aparece em hemorragia, hematoma, hemácia, mas você faz exame de sangue! O português é a última flor do latim. Mas nas encruzilhadas de ínvios caminhos recebeu afluência e influência de muitas outras línguas. E várias palavras mudaram de significado. Neste best-seller, De onde vêm as palavras, agora em 17ª edição, revista, atualizada e com acréscimos, os leitores vão encontrar antigos verbetes em nova redação e centenas de novos verbetes, que elucidarão as indagações do leitor mais perscrutador. Autor: Deonísio da Silva ISBN: 97883000044 Gênero: Linguística Páginas: 504 Formato: 20,5 x 27,5 cm Preço: R$ 90,00

domingo, 22 de dezembro de 2013

A MAGIA DO NÚMERO TRÊS

ttp://www.jornalpp.com.br/regiao-mobile/item/49878-muito-a-comemorar-em-2013-vesperas-de-2014 Muito a comemorar em 2013, vésperas de 2014 Escrito por (*) Deonísio da Silva Add new comment O ano que ora finda tem o número três no final. A soma dos algarismos ali presentes dá seis. O ano que vai começar tem o número quatro no final. E a soma dá sete. Logo virão sofisticadas conclusões e previsões tendo por base a magia do sete. Os mais antigos registros dão conta de que a Humanidade sempre teve a preocupação de designar e quantificar o mundo em que vive. E sempre deu um ar mágico às contas, como fazem os governos nos orçamentos, talvez inspirados pela matemática, que fala em quadrado mágico, e, quem sabe, também em Roberto Carlos e em Chico Buarque, algozes dos biógrafos. Roberto garante que “dois e dois são cinco”. Chico assegura que “ele era mil/ tu és nenhum”. Voltemos, porém, ao três, que está na Santíssima Trindade, em terra, mar e ar, nos três lados do triângulo e, por falar nisso, em diversas relações amorosas refletidas na novela das oito, que é apresentada depois das nove, aliás, um múltiplo de três. O número três, repleto de símbolos e magias, foi um avanço considerável na arte de contar. Até o surgimento do três, a Humanidade só expressava o singular, o par e o plural, sem esmiuçá-los. E também não abstraía nada, ainda quando os conjuntos tivessem mais do que o par. Assim, as quatro patas de um animal, os cinco dedos da mão, os dez dedos que as duas formam, os vinte dedos do corpo humano, contados no total, todos esses conjuntos só valiam para o que designavam: as patas e os dedos. O conceito não migrava dali para designar dez pássaros, vinte peixes, cinco porcos-do-mato etc. Três veio do latim tres, de uma raiz indo-europea que forneceu o mesmo étimo para numerosas outras línguas, de que são exemplos tres, em espanhol; tre, em Italiano; trois, em Francês; three, em Inglês; drei, em Alemão. A etimologia do três esclarece complexas sutilezas desses números em todas as línguas e ajuda-nos a entender o conceito que está na base dessa evolução, que começou com o um, o par e o plural, e, a partir do três, chegou ao googol, nome que o matemático Edward Kasner deu, em 1938, ao maior número que ele inventou, acolhendo sugestão de seu sobrinho Milton Sirotta, então um menino de oito anos. O pessoal do Google, o mais conhecido sistema de buscas na web, inspirou-se nesse número para criar a empresa. Mas o número três vai mais além e está no Francês très, designando intensidade máxima: très riche, para o ricaço; très mauvais, para o muito mau. Ligada ao três está também a raiz latina trans, muito presente em palavras do Português: trânsito, transação, transexual, transgredir, transgênico, transmissor, tresler etc. O Francês troupeau (tropa, rebanho) também tem a mesma raiz etimológica do três, como é também o caso do Italiano troppo (excessivo). Todavia o próximo ano é o do dois, do zero, do um e do quatro, que somados aos outros ali presentes dá sete, revestindo de magia o novo ano. (*) Escritor, colunista da Bandnews, professor (aposentado) da UFSCar (SP) e consultor das universidades Estácio (RJ) e Unisul (SC). Autor de 34 livros, entre os quais De onde vêm as palavras (17ª edição). www.lexikon.com.br

DE RICARDÃO A PATRICINHA: NOMES PRÓPRIOS QUE VIRARAM COMUNS

1) Ricardão designando amante ou caso eventual, P.A. etc: o caso zero foi em Guarujá, nos anos 80, no litoral paulista. Um rapaz de porte atlético "atendia" mulheres desacompanhadas, em férias na praia, enquanto os maridos diziam que tinham trabalho em São Paulo e, na verdade, estavam namorando outras (me geral secretárias, estagiárias etc.), aproveitando a súbita e periódica solteirice. 2) Patricinha: O caso zero foi de Patrícia, filha de uma socialaite carioca. A menina era carinhosamente chamada Patricinha, era rica e se vestia bem. Seu namorado chamava-se Maurício, que virou... 3) Mauricinho, por ter hábitos semelhantes aos dela no vestir-se bem. 4) João-ninguém designando pobretão. Desde os primeiros séculos por João ser um dos nomes mais comuns, como era também o caso de José, e haver muitos pobres chamados João, que não tinham posto algum, nem emprego nem renda, não eram "alguém", então eram João-ninguém; 5) Maria gasolina designando menina interessada em quem tivesse carro, depois em quem tivesse carros bonitos, depois isso passou porque todos têm carro, até gente muito pobre, pois nos últimos anos, com a estabilização da economia e controle da inflação, o crédito aumentou e houve distribuição de renda e financiamento de veículos em até 84 meses! 6) maria-fumaça designou as primeiras locomotivas, surgidas no Brasil no século XIX. A primeira delas ia do Rio a Petrópolis e foi obra do Barão de Mauá. 7) Maria vai com a outras designando mulher sem personalidade, sem vontade própria. O caso zero é o da rainha Maria I, a Louca. Depois de mandar esquartejar Tiradentes, a cada dia pior, para sair de casa era levada por criadas, todas chamadas também Maria. Então, a soberana Maria só saía de casa com outras Marias, era uma Maria que ia com as outras (Marias). Mais dessas histórias, para mim apaixonantes, nas colunas semanais de etimologia na da Caras e nas minhas crônicas na BandNews Fluminense, com Ricardo Boechat, às 10h todas as 5as. feiras, e com Pollyanna Bretas, às 2as e 4as., às 20h25.

domingo, 8 de dezembro de 2013

QUAL FOI A PRIMEIRA LÍNGUA DA HUMANIDADE?

A primeira língua que os homens falaram, segundo intelectuais outrora muito respeitados, surgiu na famosa semana de outubro do ano de 3.761 a.C., quando o Criador fizera o mundo em seis dias, contados de domingo a sexta-feira. No sábado, antes de descansar, Ele dera uma língua a Adão e Eva. E esta tinha sido o hebraico. A Bíblia diz que toda a Humanidade falava uma só língua até o episódio da Torre de Babel, construída onde hoje é o Iraque, a 80 km de Bagdá. Babel quer dizer confusão em hebraico. Sumérios, assírios e babilônicos chamavam zigurate a esse monumento, e o designaram por Marduk e Etemenanki. A arqueologia atesta que foi construído por Hamurabi, o do primeiro código de Direito, e reforçado por Nabucodonossor.
O português Pedro Rattes Henequim escreveu em a Divina Linguagem que Deus criara o mundo em Português. Disse também que o Paraíso ficava no Brasil e que os primeiros navegantes viram os rastros de Adão e Eva na praia, que estavam na areia desde o dia em que dali foram expulsos pelas forças comandadas pelo Arcanjo São Miguel. Só faltou encontrar o couro da enorme Serpente com a qual Satanás se disfarçou para tentar o casal, pois de tempos em tempos as cobras trocam a pele. Miguel já expulsara o ex-anjo Lúcifer (Heilel, em hebraico), que se juntara a Lilith, a primeira mulher de Adão, numa coligação contra Deus. Os nomes dos anjos terminam em “el”. A partícula indica que eles estão junto a “El”, o étimo de Deus, conhecido pelo famoso tetragrama YHVH, que se pronuncia Jeová, mas que com essas letras hoje ia parecer nome de vírus.
A partícula “el” está presente também em Eloi, Eloim e Eloá, e em nomes próprios como Manuel, com suas variantes Manoel, Emmanuel, e os femininos Manuela e Emanuele. Está também na arrogante saudação que os reis católicos exigiram para si mesmos, El Rey. Esclareço que São Miguel, São Rafael e São Gabriel não são anjos soldados rasos, são arcanjos, isto é, comandantes. Rafael matou os primogênitos egípcios. E Gabriel levou a mensagem – anjo quer dizer mensageiro em grego - a Maria, anunciando que ela estava grávida do Menino Jesus. O faraó egípcio Samético I, que reinou no século VI a.C., ordenou a um pastor que criasse isolados dois bebês recém-nascidos e anotasse as primeiras palavras que dessas crianças. Ambos pronunciaram Becos, pão em língua frígia. Desde tempos imemoriais, todas as crianças do mundo pronunciam como primeira palavra algo que começa com “m”, de mãe e de mamar, som do início de palavras equivalentes em centenas de línguas, Em 1783, sir William Jones foi viver em Calcutá, na Índia, para trabalhar como juiz do Tribunal Superior da Companhia Britânica das Índias Orientais. Culto, notou que o sânscrito era muito parecido com o latim e com o grego. Hoje sabemos, graças a suas pesquisas, que houve uma raiz comum para todas as línguas indo-europeias, um universo expressivo nas mais de 6.000 línguas ainda existentes no mundo. Mas a primeira língua da Humanidade ainda é um mistério. º Da Academia Brasileira de Filologia, professor (aposentado) da UFSCar (SP) e consultor das universidades Estácio (RJ) e Unisul (SC).