NOME DE POBRE NO BRASIL
quarta-feira, 31 de maio de 2017
O LATIM MORREU? MAS NUNCA SE FALOU TANTO DO DEFUNTO...
O nome do feriado de CORPUS CHRISTI é evidência da presença de palavras e expressões vindas para o Português do Latim Eclesiástico ou Latim da Igreja. Antes, porém, sofreram influências de quatro fontes: o Hebraico, o Grego, o Latim Clássico e o Latim Vulgar.
Certas expressões deste Latim são de difícil ou impossível tradução, como ocorreu com o Latim Clássico quando veio para o Direito: Habeas Corpus, Habeas Data, Data Venia, Pacta sunt servanda, Pro tempore, Et Caetera (etc), Stricto Sensu, Lato Sensu, Ipsis Litteris, Quorum, Per capita, Statu quo, In memoriam, Carpe Diem, Curriculum Vitae, Apud, Ad hoc, Honoris Causa, Persona non grata, Sine die, Sine qua non, Sine die.
E as expressões mescladas: Ano Sabático, Mea Culpa, Via Crucis, Madalena arrependida, Saecula Saeculorum, Ex Cathedra, Ora pro nobis, Fiat lux, Ai Jesus, Ai meu Jesus Cristinho, Virgem, Meu Deus etc.
Há outros exemplos:
a) ALELUIA: alegria, em Hebraico); palavra composta de "allelu" (louvar) + "Javeh" (Javé, Deus);
b) PENTATEUCO, cinco livros: do Grego penta ( cinco) + téuchos (objetos fabricados), livros); são os cinco primeiros livros da Bíblia:
- Gênesis (começo, nascimento),
- Êxodo "ex", fora, do "odos", caminho, distância percorrida, do mesmo étimo do hodômetro que marca a distância percorrida nos automóveis);
- Levítico (de Levi, o primeiro da tribo dos sacerdotes: o nome Levi vem do Hebraico "Levah", união: a mãe dá este nome ao filho na esperança de que a criança a una ainda mais ao seu marido, pai da criança);
- Números: do Latim "numerus"; em Grego é "arithmós", que deu aritmética) e
- Deuteronômio: do Grego "deutos", segundo, de acordo, com a "nomos", a ordem, a lei;
c) PENTECOSTES, festa em que se celebra a descida do Espírito Santo no cenáculo, onde estavam escondidos os apóstolos, com medo; ele desce em forma de pombinha ; quer dizer cinco períodos= 50 dias depois da Páscoa; do Grego "pente", cinco + "kostes", período;
d) PARÁCLITO, consolador, o que vem para ajudar; do Grego "para", ao lado, junto + "kalêin", ajudar, socorrer.
e) EUCARISTIA, comunhão, hóstia; do Grego "eu," boa, bela + "cháris", graça, dom, coisa recebida;
f) BISPO, a maior autoridade da Igreja (o Papa é bispo de Roma), embora arcebispo e cardeal estejam acima dele; do Grego "epíscopos", vigia, protetor; de "epi", sobre + "kopêin", proteger, guardar, vigiar; do mesmo étimo de epiderme (parte de cima da pele), epicentro (sobre o centro);
g) EPISCOPADO, sede de um bispado: do mesmo étimo de bispo;
h) DIOCESE, reunião de paróquias; do Grego "dioíkesis", de "dioí", através, por toda a, + "kesis", de "oikos", casa: administração da casa; governo de uma região ou província;
i) PARÓQUIA: está para a diocese, como o bairro para o município; do Grego "para", ao lado, perto + "oikos", casa: casa vizinha;
j) IGREJA, local de reuniões, de cultos. Do Grego "ekklesía", assembleia;
k) ECLESIÁSTICO:mesmo étimo de igreja;
l) JUBILEU, celebração de 50 anos, com perdão de dívidas; do Hebraico "yobel", corneta.
m) ANO SABÁTICO (hebraico).
n) CREDO (admiração), VIA CRUCIS (sofrimento), MEA CULPA (foi minha culpa), ADVOGADO DO DIABO, CAPÍTULO (no sentido de cabildo, conjunto de cônegos numa catedral), EX CATHEDRA (fala ex cathedra, fala com autoridade), o canto gregoriano do papa Gregório I (séc. VI) e o calendário gregoriano do papa Gregório XIII (séc. XVI), MATER DOLOROSA.
o) Expressões do Latim eclesiástico que se tornaram interjeições: MEU DEUS, NOSSA SENHORA, AI JESUS, MEU JESUS MISERICÓRDIA, MISERICÓRDIA, POR CARIDADE, MARIA VIRGEM, JESUS MARIA JOSÉ, MEU JESUS CRISTINHO, SANTA MARIA, AVE MARIA, PER SAECULA SAECULORUM, ORA PRO NOBIS.
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DEFENESTRAR É DEMITIR, MAS JÁ FOI PIOR...
O verbo defenestrar virou sinônimo de demitir, depor etc.
Mas já defenestraram literalmente ao correr da História, como fizeram com o presidente boliviano Gualberto Villarroel López , de 37 anos. Ele foi jogado pela janela (fenestra, em Latim; donde o verbo), arrastado pelas ruas, massacrado a pau e pedras pela multidão e finalmente apunhalado no dia 21 de julho de 1946. Na ocasião foram mortos também Luis Uria de la Oliva (secretário particular), Waldo Ballivián (chefe do gabinete militar) e Roberto Hinojosa (diretor do jornal Cumbre).
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