NOME DE POBRE NO BRASIL

sábado, 24 de janeiro de 2015

BOI NA LINHA: A VACA TOSSIU E VAI PRO BREJO

A presidente Dilma garantiu que não mexeria em Férias, Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, nem em hora extra: “Eu não mudo nem que a vaca tussa”. A promessa foi feita em 10 preciosos segundos: https://www.youtube.com/watch?v=J73sH0EI1Ig A dupla Tião Carreiro e Pardinho faz divertidos comentários cantados sobre expressões nas quais aparecem bichos, de que é exemplo “matar a cobra e mostrar o pau”. São 22 segundos: https://www.youtube.com/watch?v=tz3Scg7NBpE “Nem que a vaca tussa” designa impossibilidade. Mas a vaca tosse, dizem os veterinários! Orientada pelo marqueteiro João Santana, a presidente, então candidata, usou palavras e expressões que todo mundo entende. Os animais aparecem com frequência nas conversas. Outros exemplos são: “A vaca foi pro brejo”. Brejo é terra úmida, pantanosa, a vaca pode atolar-se, isto é, ir para o atol, lamaçal, de onde é difícil tirá-la. E lá ela mantém um “olhar de vaca atolada”. Parece de admiração, é que ela não pode fazer nada para sair dali. Outra: “Aonde a vaca vai, o boi vai atrás”. Não é verdade. Não é o boi, que já é animal castrado. É o touro.
Outra: “Chutar o balde” é ainda pior do que “chutar o pau da barraca”. No primeiro caso, derrama o leite ou, se o sujeito vai ser enforcado, enforca-se o cara de uma vez. Outra: “Pensando na morte da bezerra”. Esta é de origem hebraica: bezerros e bezerras eram oferecidos em sacrifício; havia casos em que as crianças eram apegadas a eles e choravam. Mas de nada adiantava.
Mais uma. “Tem boi na linha”. Designa atrapalho, obstáculo, dificuldade. Boi na linha era sério problema no Brasil quando Irineu Evangelista de Sousa, o Barão de Mauá, construiu, no Rio, a primeira estrada de ferro, inaugurada no dia 30 de abril de 1854. Não foram colocadas cercas nas laterais dos trilhos e por isso era comum que os bovinos atravessassem a linha ou até deitassem sobre os trilhos. A expressão passou a ser aplicada também a escutas indevidas na linha do telefone. Quer dizer, os animais são eternos em nossas conversas. (xx)

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